sexta-feira, setembro 22, 2006

Gratuidade Relativa

"Interrompemos essa programação para transmitir a propaganda eleitoral gratuita..." Geralmente, é nessa hora que as pessoas desligam a TV, ou recorrem a algum canal a cabo. Pois é, das poucas pessoas que assistem ao horário eleitoral, muitas estão ali à espera de algum candidato bizarro que as faça rir. O que não dá muita vontade de rir, pelo menos pra mim, é que a propaganda eleitoral "gratuita" é gratuita pra quem faz, e não pra quem assiste. É óbvio, não? Ou uma Rede Globo da vida aceitaria ceder seu horário nobre durante dois meses numa boa só porque está previsto na lei nº não-sei-das-quantas?

Eu li outro dia em algum lugar (é claro que não foi na grande imprensa, acredito que tenha sido na Carta Maior) que essa brincadeira da qual as pessoas tanto riem, chamada propaganda eleitoral, custa um gordo valor aos cofres públicos (eram quase 200 milhões de reais, se não me falha a memória. Que belo jornalista que eu sou, hein?). Se custa dinheiro aos cofres públicos, implica dizer que custa a mim, a você e àqueles que acham muito engraçado quando aparece o Peroba, ou outras bizarrices quaisquer. Somos nós, pra variar, que pagamos mais essa maldita conta.

Mas é muito errado defender o fim da propaganda eleitoral "gratuita". E por quê? Porque isso significaria que os candidatos teriam que pagar pelo horário e, conseqüentemente, essa medida beneficiaria aos ricos, certo? Ora, o critério que define o tempo que cada partido tem direito a usufruir na televisão é o da representatividade. Significa, então, que os partidos que têm mais votos são aqueles que têm direito a mais tempo na TV e na Rádio. Ou eu muito me engano, ou é preciso dinheiro para se eleger um candidato. Ou seja, o critério já é o do quem tem mais ganha mais. Ou não? E mais: o próprio critério já está baseado num jogo de dados viciados, pois, já que aquele que tem mais tempo na TV tem mais chance de ganhar, como fazer para que o que tem menos tempo na TV tenha alguma chance de mudar esse quadro?

Já que é pra ser assim, que se acabe logo de uma vez com essa propaganda "gratuita", porque nós estamos pagando para legitimar uma farsa. Mas aí eu penso no que seria feito com esse dinheiro que deixaria de ser gasto para as tais propagandas e chego à conclusão de que é melhor imitar o Chico Buarque e me ocupar com umas palavras cruzadas em húngaro.

EM TEMPO: A Michele, amiga da Vivi, falou pra ela que gostou desse meu estilo de escrita meio rabugento (ela disse isso com outras palavras). Obrigado, Michele. Mas dá pra ser de outro jeito? Sinceramente, eu não sou psicótico-melancólico-depressivo por gosto. Juro.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Overdose

Quando eu era criança, inventei que queria ser desenhista de histórias em quadrinhos. Grandes merdas. Que criança não teve essa infeliz idéia? Viu como eu já fui normal? E do mesmo jeito que 99,999999999% das crianças normais (0,000000001% vira cartunista mesmo), eu desisti desse projeto, porque dava um puta trabalho. Ter a idéia era legal. E pra elaborar, fazer aquele monte de desenhos todos iguaizinhos do mesmo personagem com cenário e tudo? E pra desenhar as pessoas "agindo"? Impossível. Larguei mão rapidinho.

Eu ainda me lembro que, antes de mandar aquela idéia pro espaço, aprendi a desenhar o Bidu (o que exigia uma presteza incrível) e inventei um personagem chamado Plágio. Bolei umas tirinhas do Plágio atuando com outros cachorros toscos e fui mostrar pro Felipe. Ele perguntou: não tem cenário? Aí eu desisti da minha carreira definitivamente. Eu não me dou bem com esse papo de cenário e de detalhes do figurino. Acho que é por isso que, quando eu escrevo, não fico descrevendo muito. Não tenho saco. Não escrevo: João estava de tênis branco, calça jeans escura, levemente desbotada nas coxas, cinto marrom afivelado no sétimo furo, camisa branca, metade pra fora e metade pra dentro da calça..." Não só não tenho saco como não consigo descrever de maneira atraente. Digo: João chegou em casa, atirou-se no sofá e dormiu até o dia seguinte.

Quando eu tento descrever, meu texto fica arrastado, parecendo o início daquele romance Inocência, do Visconde de Taunay (obviamente sem o mesmo domínio que aquele chato tinha da língua portuguesa) Aquele foi um dos livros mais chatos que eu tive que ler na minha pobre vida, mas eu insisti até o fim. Não vale a pena. Só leia quem realmente precisar (não sei pra quê, enfim...). E não tenham a infeliz idéia de assistir ao filme, que é com a Fernanda Torres. Tão chato quanto o livro. Ou mais.

Isso aqui não é uma crítica contra quem descreve. Ao contrário, é uma auto-crítica (e eu aproveitei pra dar uma espinafrada no visconde, porque ninguém é de ferro). Os melhores escritores da história da literatura sabem utilizar muito bem o recurso da descrição. Cito apenas o Cervantes que, graças ao domínio da técnica supracitada (adoro usar esse termo ridículo) constrói passagens maravilhosas no Dom Quixote.

Minha escrita é meio impaciente e muito reflexiva. Meus personagens pensam demais. E isso me cansa. Pra vocês terem uma idéia, este blog está fundindo a minha cabeça. As outras merdas que eu andei escrevendo também. Já faz três dias que eu fico escrevendo até pelo menos três horas da manhã. E o resultado é que hoje no trabalho eu quase mandei duas pessoas tomarem no cu. Cheguei até a dar um soco na mesa que assustou a Jussara. E muito disso é culpa do blog. Que idéia infeliz eu fui ter, diabos.

Agora é tarde, eu tô morto e fodido. Mas vou logo avisando que, se ninguém me ajudar a escapar das garras da minha própria mente, levarei muitos comigo pra lama. Não pensem que eu deixarei vocês aí, rindo da minha cara impunemente. Caralho, eu tô à beira de um colapso. Acho que eu preciso trabalhar um pouco.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Deslocados

Hoje eu fui traçar meu honesto almoço na padaria Real, freqüentada por todos os idiotas da MTV (os bêbados da ESPN Brasil preferem o bar da rua de trás), enquanto caía mais uma chuva que deve ter alagado o túnel do Anhangabaú de novo.

Eu esperava calmamente por meu prato de arroz com bife e ovo frito em cima, batata frita, duas folhas de alface e uma rodela de tomate, lendo Notas de um velho safado ,do Bukowski. Quando chegou a comida, eu afastei o livro, dei um gole no suco de laranja e tive a infeliz idéia de olhar em direção a uma TV que estava ligada. Meus olhos viram uma cena que me embrulhou o estômago: Mariana Ximenes e Tarcisinho atuando (que heresia dizer que eles atuam) numa novela de época que deveria se chamar Chocolate com demência. Novela de época, aliás, é uma das invenções mais perigosas do século XX.

Uma das coisas que me fazem pensar que eu nasci mesmo na época errada é quando eu vejo certas atrizes da Globo fazendo tanto sucesso e sendo consideradas símbolos sexuais. Sim, eu me refiro a essa Mariana Ximenes. Magra demais, branca demais, sem-sal demais, pra mim ela engrossa o time da Gabriela Duarte, da Sandy, da Ana Paula Arósio, todas muito insossas pro meu gosto.

Quando eu assisto a filmes com a Sofia Loren no auge da boa forma, penso: aquilo que é mulher. Quando eu vejo a Sônia Braga no papel de Gabriela, penso: aquilo que é mulher e, antes que o Guilherme reclame, faço aqui uma menção honrosa à Maria Zilda em uma daquelas pornô-chanchadas que já tanto nos alegraram as solitárias noites de verão.

Pois é. Eu gosto de PF de padaria, gosto de ler Bukowski apoiado a um balcão de boteco, gosto de fazer samba e amor até mais tarde, gosto de ir ao show do Paulinho da Viola, gosto de Buddy Guy, BB King, Albert Collins, John Lee Hooker, T-Bone Walker, Steve Ray Vaughan, Pink Floyd, Led Zeppelin, Chico Buarque e Tom Jobim. E eu gosto da Sofia Loren e da Sônia Braga. Nasci ou não na época errada? Por sorte existem outros deslocados como eu neste mundo, senão eu me sentiria sozinho.

terça-feira, setembro 19, 2006

Concorrência Desleal

No país da piada pronta, onde o advogado do Pitta se chamava Rollo, o Freud é chamado pra se explicar na sede da Polícia Federal. Isso deve ser uma tradição de países de língua portuguesa, já que tem um piloto de Fórmula 1 português que se chama Tiago Vagaroso Monteiro. Por conta dessa situação, é muito difícil dizer algo engraçado por aqui.

Às vezes eu penso que tive uma idéia ótima pra algum texto hilário, que fará todos se mijarem de rir. Mas, diante dessa tradição piadística, tão arraigada na nossa sociedade e que vem de tempos imemoriais, eu confesso que fico intimidado. É essa a razão pela qual, vira e mexe, eu coloco algum texto revoltado por aqui.

Tá certo que, diante de tantas desgraças que acometem o Brasil há 506 anos e quase cinco meses, também fica difícil causar qualquer impacto nesse campo. Ainda mais quando já existe uma literatura como a do Lima Barreto, do Aluízio de Azevedo, do João Antônio, do Plínio Marcos, disponíveis para quem quiser ler.

Diante dessa encruzilhada, eu respirei fundo e pensei: a única coisa que eu tenho a oferecer são as minhas confusões. Mas isso também já foi dito pelo escritor americano Jack Kerouac, se não me engano. O que me salvou, quando eu já estava à beira do suicídio - porque a única coisa que eu gosto de fazer na vida é escrever (fora outras coisas que não vem ao caso mencionar) - , foi pensar que as minhas confusões eram minhas e, portanto, eu tinha uma chance de escrever algo interessante.

Enfim, como está escrito no cabeçalho desta página, logo abaixo do título (vocês leram?), minhas elucubrações não se propõem a nada. No entanto, confesso que, diante dessa concorrência desleal, muitas vezes me dá vontade de ir vender pipoca em alguma porta de cinema, ou como sugeriu o Mirisola, entrar no ramo do contrabando de CDs sertanejos, que dá muito mais dinheiro. Desculpem pelo tom melancólico deste texto. Não era a minha intenção inicial.

AVISO: se alguém vier aqui jogar confete eu vou mandar à merda. Prefiro que me digam pra parar com viadagem.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Viva a Língua Portuguesa

Estou lendo o livro Budapeste, do Chico Buarque, em húngaro. Já estou na página 55, no capítulo Én életemben nem láttam. Impressionante como a leitura é rápida e fluente. Como exemplo, cito essa passagem: "A szalvéta csücskével megtisztogattam a száját a cukormorzsáktól, és láttam, hogy letöröljem az arcát félig-meddig elfedö (desculpem, mas a palavra elfedö teria que ganhar um " em cima do o, e não uma ¨. Isso muda completamente o significado, mas eu peço desculpas pela impossibilidade de grafá-la corretamente) csokoládémázat, de megrettenve visszarántottam a kezem..."

Isso é pra ninguém reclamar mais das dificuldades de pontuação da língua portuguesa. Nós nem temos palavras com três acentos agudos, ou com dois acentos agudos e duas tremas, como fényözönébe. Nossa língua é uma moleza, meu povo. Agora, eu não sei como o Chico Buarque deixou que o chamassem de nemzetközi irodalmi életbe. Eu teria ficado puto.

Até agora eu consegui entender as palavras José Costa, Copacabana e tragikomikus. E o Thiago também me falou que Duna significa Danúbio. Eu chego lá.

Solidão Paulistana

Ontem, eu, a Vivi o Thiago e a Camila fomos assistir ao show do Paulinho da Viola. O show foi ótimo, cheio de músicas que eu não conhecia e muito chorinho também. O Paulinho cantou uma música maravilhosa do Sidney Muller chamada Nós, os foliões que o próprio Sidney Muller não teve tempo de ver gravada. Aqui vai uma palhinha pra vocês:

Nosso amor foi lindo
Como um carnaval qualquer
Que se acaba
E faz um novo dia-a-dia acontecer
Tão difícil assim como viver

A única coisa que me desagradou foi a postura do público. Confesso que não entendi o que aquele bando de moscas mortas foi fazer lá. Logo de cara, quando abriu a cortina, a galera aplaudiu como se estivesse diante de um bailarino, ou de um violonista clássico. Durante o show inteiro foi assim. O Paulinho cantava e aquela platéia vienense aplaudia sem nenhuma emoção. Completamente gélida.

Depois de uma seqüência de músicas não muito conhecidas e de alguns belos choros, o Paulinho começou a cantar "Desilusão", ou "Coração leviano", não me lembro qual veio primeiro. Pensei com os meus botões: agora vai. E nada. Nós éramos as únicas pessoas que cantavam no teatro inteiro. Depois eu comentei isso com a Vivi e ela me falou, indignada: "É verdade. Quando nós começamos a cantar eu pensei que as pessoas iam fazer: 'xiu!'"

Que bosta de público. Depois o Nelson Rodrigues diz que não existe solidão maior que a companhia de um paulistano e todo mundo por aqui fica indignado. O fato é que esse tipo de não-manifestação do público num show como o do Paulinho da Viola não corre o risco de acontecer no Rio de Janeiro. Ninguém é obrigado a gostar do artista, é claro. Mas eu me pergunto: o que eles foram fazer lá?

domingo, setembro 17, 2006

Quinto dos infernos

A polícia invadiu a Vila Jacu disposta a vingar a morte do cabo Almeida, ocorrida na noite anterior em um bar ali perto. Daquela vez, quem pagou foi o Paulão, sujeito trabalhador, admirado pela comunidade. Mas o coxinha não quis nem saber e foi logo dando a letra da lápide: “Um preto fodido a menos no mundo”.

Depois os gambés enfiaram mais uns oito no camburão sem conversa e debaixo de porrada e, nessa leva, dançou o irmão do Josias, que já andava revoltado. Mais revoltado ficou quando, naquela mesma tarde, apareceu por lá um oficial de justiça com escolta e tudo expulsando uma galera daquela “ocupação irregular”. Mais uma vez na rua, mais uma vez enxotados, uma senhora ainda perguntou: “pra onde nós vamos, moço?” O oficial falou que não era com ele e que ele só estava cumprindo ordens do juiz.

Foi então que o Josias resolveu aceitar o trampo do traficante e quando a mulher se opôs ao projeto dele teve que ouvir que “o seu papel de mulher é ficar quieta, fazer a minha comida e não encher o saco”. Sem nem olhar pra trás, ele fumou uma pedra, pegou o berro e se mandou dali, deixando a mulher falando pras paredes do barraco.

Logo que virou uma esquina, o Josias esbarrou com um evangélico chato que estava pregando em voz alta pra uns doentes fodidos que estavam esperando atendimento no posto de saúde. Aquilo o enfezou. Com o 38 na cara do sujeito, ele mandou que o carola calasse a porra da boca, deu-lhe uns safanões e, pra encerrar, disse: “Olha o que eu faço com esse seu deusinho de merda”, e meteu um balaço na Bíblia que o infeliz carregava antes de jogá-la num córrego. O rapaz ficou ali meio assustado e o Josias profetizou: “Se você voltar aqui, eu te despacho pra falar com Deus”. Depois olhou em volta perguntou: “Vocês viram alguma coisa?”

Josias recebeu a missão de cobrar uma dívida de um folgado que morava numa casa de alvenaria ali perto. E foi logo apavorando. Meteu o pé na porta do sujeito e pegou ele trepando com uma morena gostosona. O maluco ficou branco, vendo o Josias esbravejar e jogar tudo que encontrava pro alto. Depois de fuçar várias gavetas e abrir a geladeira, os armários e umas cartas, que ele viu que eram tudo contas a pagar, o Josias não teve saco pra ouvir a ladainha de que “eu vou pagar, eu juro. Vou receber por um trampo aí amanhã e…” Amanhã? Pra vocês não tem. E a morena acabou realizando o sonho de sair nas fotos das revistas.

É claro que a profissão do Josias não durou muito, porque quem tem a cabeça cheia de revolta não tem tempo pra pensar. Logo foi o próprio a vítima de um arrastão policial, mas morreu feliz, porque o jogo terminou 2 a 1 pra ele. A última coisa que o Josias disse antes de ser executado foi: “Inferno por inferno…”

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”

(Artigo 5º da Constituição Federal)

Estratégia Sórdida

Insones comparsas,

depois de mais de um mês sem fazer nada, eu resolvi tomar vergonha na cara e dar uma corridinha lá na USP com meu irmão e parceiro Tiago Vedovelho. Na verdade, o velho sou eu, que quase tive um infarto do miocárdio nos primeiros dez minutos.

Não posso trair o meu público, já que todos aqui são meus amigos e, além disso, eu sou um jornalista sério. Por isso, vou dizer a verdade. Eu não resolvi tomar vergonha na cara porra nenhuma. Se fosse por minha força de vontade, eu teria dormido até meio-dia, e teria ficado mais uns quinze anos sem correr nem pra pegar um ônibus.

Pois é, eu só fui à USP graças a um trabalho árduo da Vivi, que ficou mais de vinte minutos tentando me convencer de que vale a pena levantar às 7h30 da manhã de um sábado chuvoso pra fazer exercício. É claro que ela não conseguiu me convencer, mas acabou conseguindo me tirar da cama mesmo assim. Ela usa de uma estratégia baixa, quase sórdida, que eu quero ensinar a pessoas que tenham parceiros bons de cama.

A estratégia é a seguinte: depois de tentar me convencer que "Deus ajuda a quem cedo madruga" e outras coisas que só servem pra irritar qualquer indivíduo, seja ele honesto e trabalhador ou vagabundo, ela começa a me contar alguma fofoca. No começo, eu finjo que não estou interessado, mas a história vai ganhando corpo e detalhes sórdidos até que eu acabo despertando. É foda, é golpe baixo, mas é infalível.

Por mais que as pessoas neguem, principalmente nós homens, o ser humano é curioso, palpiteiro e intrigueiro por natureza. Todos nós temos uma lavadeira muito poderosa convivendo na nossa mente (eu sei que fui preconceituoso, mas foda-se). E, diante de uma fofoca boa, mesmo que seja sábado cedo, ela desperta com tudo e começa a encher o saco do resto do cérebro, e manda espalhar a notícia pro esôfago, pro fígado, pra unha encravada do dedão do pé e, quando vemos, estamos ávidos por saber a história toda. Assim ela me tirou da cama. Assim ela me tira sempre da cama. Pode experimentar que eu garanto que dá certo porque, se funciona comigo, funciona com qualquer um.

EM TEMPO: Quero aqui me solidarizar com o Tiago Vedovelho porque agora são 3h da matina e ele está lá no Ibirapuera montando uma tenda. Não, ele não virou feirante. O cara é personal e está treinando uma galera da Gol Linhas Aéreas que vai correr amanhã na Maratona de Revezamento Pão de Açúcar. Ele deve estar lá tomando umas Itaipavas, e eu vou agora escovar meus dentes com a pasta Colgate Plus, recomendada pelos melhores dentistas.