sábado, novembro 10, 2007

Estou Vivo (e Carina Também)

Hoje deu vontade de dar uma palavrinha. Às vezes dá, mas eu ainda não entendi por que escrevo. Talvez não seja mesmo pra entender. Deixando pra lá esse palavrório incoerente, quero falar sobre a minha vontade de falar.
Ontem, Vivi e eu fomos assistir ao monólogo "Carina está viva", interpretado pela atriz Michelle Ferreira que, por acaso, é amiga nossa. O texto é do Paulo Santoro, um dos discípulos favoritos do Antunes Filho - o único que teve o privilégio de ver um texto seu montado pelo mestre, sergundo li.
Digo que, "por acaso" a Michelle é nossa amiga porque esse acaso não tem nada a ver com o caso de que eu gostei muito da peça, mas não vou me meter a analisar nada. Não sou crítico de nada e, utilizando-me da força textual de Fernando Pessoa mais uma vez: não quero nada; já disse que não quero nada. Também não quero entender por que escrevo e por que gosto de língua de boi ao molho madeira e não sou muito chegado a cupim. Quiabo eu não como nem fodendo.
Olha eu aqui nos devaneios. Aliás, a Michelle nos contou que o crítico de Veja (olha nossos amigos aí novamente) não gostou muito da peça, dizendo que apesar dos esforços da "boa" atriz, ela não conseguiu disfarçar os devaneios do texto. Em outras palavras, o cara disse que a Michelle não conseguiu salvar a pele do Paulo Santoro.
Ora, mas o texto é justamente uma espécie de devaneio. Enfim, o que dizer de uma revista que coloca em sua capa uma linda homenagem a Dom Pedro II, o homem "de grandes ideais republicanos"? Essa é boa, um imperador com ideais republicanos. Só Veja mesmo. Deixemos esse pessoal pra lá.
Não me meterei a besta de escrever uma crítica à peça "Carina está viva", porque se eu já não manjo nada de nada, menos ainda eu manjo de teatro. Teatro é um negócio engraçado na minha vida. Eu gosto, mas até começar a namorar a Vivi, ia muito pouco, quase nunca. A Vivi, como todos sabem, é atriz, e apaixonada por teatro. Portanto, na gestão dela, que nós decidimos democraticamente que será vitalícia, passamos a ir a várias peças.
Pois é, mas veio a nossa mudança a Brasília e as coisas ficaram complicadas. Lá em Brasília não existe teatro, a não ser aquelas coisas que alguns têm coragem de chamar de comédia, com atores e atrizes da Globo que, de vez em quando, resolvem dar as caras lá pelo DF.
Então, quando damos uma chegadinha em São Paulo (amanhã a Vivi fará a prova da segunda fase da magistratura), aproveitamos para ir ao teatro. Então, já que eu até então falei de maneira tão estranha, fica aqui uma dica sincera, que nada mesmo tem a ver com o fato de sermos amigos da Michelle: vão a um interessante e sobrevivente casarão da Rua Major Diogo, número 91, e assistam a "Carina está viva", quintas e sextas, às 21h30, em cartaz até o dia 14 de dezembro.
Depois de feito isso, poderemos nos encontrar para tomar um chá com biscoitos e trocar idéias completamente toscas e amadoras sobre o que achamos da peça. Se vocês quiserem, dêem uma fuçada no sítio da peça: Carina está viva

terça-feira, novembro 06, 2007

Por Falta de Adeus

Só passei por aqui, rapidamente, para dizer que não estou mais com saco de escrever nada minimamente sério. Não quero mais saber de lançar qualquer tema para discussão. Chega dessa porra. Aliás, estou meio com muito saco cheio deste blógui. Estou de saco cheio de escrevinhar. Estou de saco cheio de olhar para um teclado cheio de letrinhas e símbolos, signos, ícones e sei lá mais o quê a semiótica ainda pode inventar. Chega dessa punhetage. É isso aí, meu povo. Se é para o bem de ninguém e para a indiferença total e irrestrita da nação, eu digo que foda-se. Vou dar um breque, porque isso aqui já estava muito parado e abandonado mesmo. Oficializemos, pois. Acho que ficarei um tempo longe. Agradeço a todos e a todas e vamos que vamos. Um dia, quem sabe, inesperadamente, olharei para o céu estrelado de uma bela noite de verão, e me baterá um ânimo advindo sabe-se lá de onde. E eu darei um sorriso estilo Cauby Peixoto, ajeitarei meu cabelo de boneca velha, e entoarei um belo plágio a Francisco de Hollanda: "Voltei a cantar...". Mas como Tom Jobim já havia dito que plágio é pra amadores, o negócio é copiar mesmo. Fazer uma colagem. Voltarei a escrever... um dia.