Ressaca Eterna
A vida, às vezes, é um porre. Às vezes, é como se você estivesse preso numa eterna reunião entre sindicalistas, ou num eterno show de música eletrônica, ou num eterno sarau organizado por admiradores do Sarney. Às vezes as pessoas se sentem assim. Às vezes não. Às vezes elas olham pro teto e ficam contando as rachaduras, ou as marcas de infiltração. Olham pro relógio e ele não muda nem fudendo. Contam as linhas do parágrafo e elas não passam de cinco, por mais que elas tentem pensar.
Os pensamentos, às vezes, não levam a nada. É como se você tentasse dizer que quer sair dali, porque você odeia todos que estão em volta e tudo o que eles discutem e fazem, mas faltam forças. Faltam idéias. Às vezes as pessoas tentam respirar fundo e cochilar, mas algum barulho as incomoda. É o momento de sentar num banco de praça e só aguardar que alguma coisa aconteça. Qualquer coisa. Desde um acidente fantástico que nem Spielberg conseguiria imaginar até a lenta aproximação de uma pomba cinza, suja e de pescoço pelado.
Mas, às vezes, nada acontece. Nada mesmo. Nem mesmo as moléculas se movimentam. Quando o nada resolve acontecer, não adianta insistir. Não adianta pensar, porque os pensamentos indicarão todos para a mesma direção: não há nada que se possa fazer. É melhor você se conformar como o fato de que a vida é um porre, esteja você sóbrio ou não.
Depois o conformismo passa. E a vida volta a ter graça. E você manda os sindicalistas se foderem, fala que a música eletrônica é nojenta e que o Sarney deveria ser morto a pedradas em praça pública. É o momento de comprar uma garrafa de Jurubeba e acordar o mendigo da praça. "A vida é um pooooooorre".
Os pensamentos, às vezes, não levam a nada. É como se você tentasse dizer que quer sair dali, porque você odeia todos que estão em volta e tudo o que eles discutem e fazem, mas faltam forças. Faltam idéias. Às vezes as pessoas tentam respirar fundo e cochilar, mas algum barulho as incomoda. É o momento de sentar num banco de praça e só aguardar que alguma coisa aconteça. Qualquer coisa. Desde um acidente fantástico que nem Spielberg conseguiria imaginar até a lenta aproximação de uma pomba cinza, suja e de pescoço pelado.
Mas, às vezes, nada acontece. Nada mesmo. Nem mesmo as moléculas se movimentam. Quando o nada resolve acontecer, não adianta insistir. Não adianta pensar, porque os pensamentos indicarão todos para a mesma direção: não há nada que se possa fazer. É melhor você se conformar como o fato de que a vida é um porre, esteja você sóbrio ou não.
Depois o conformismo passa. E a vida volta a ter graça. E você manda os sindicalistas se foderem, fala que a música eletrônica é nojenta e que o Sarney deveria ser morto a pedradas em praça pública. É o momento de comprar uma garrafa de Jurubeba e acordar o mendigo da praça. "A vida é um pooooooorre".