quarta-feira, setembro 27, 2006

Sósias

Essa padaria Real rende histórias. Hoje eu estava lá comendo o meu pão na chapa, enquanto o sósia do Marcos Valério comia pão com ovo frito e chá de camomila (aliás, vocês sabiam que existe chá de melancia? Eu gostaria de saber como é isso). Chegou um sujeito ao lado do nosso personagem e perguntou alguma coisa sobre as investigações, no que ele respondeu, dando uma risada que lembrava um pato afeminado, que queria a parte dele no rolo. "Só uns cem mil já tava bom". E quá-quá-quá-quá.

O tal fulano já deve estar careca de ser chamado de Marcos Valério (trocadilho tão horrível quanto irresistível). Então ele acabou entrando na brincadeira. Fazer o quê? Tanto entrou na brincadeira, que perguntou ao gozador da história em quem ele ia votar. O sujeito pensou e, depois de dizer que votaria "nos democratas", afirmou que o voto dele era secreto. Pois é, no nosso país bipartidarista, as pessoas estão com vergonha de dizer em quem vão votar. Mas esse assunto fica pra uma outra publicação. Eu queria falar dos sósias.

Quando eu estava no colegial, nosso falecido amigo Mané me achava parecido com o tenista Jaime Oncins. Ele não podia me ver que gritava: "Lá vai o Jaiminho!". Tanto que algumas pessoas do Equipe achavam que meu nome era Jaime. Também já me acharam parecido com o Roberto Baggio antes de virar budista e uma doida varrida me disse uma vez que eu lembrava o Caetano Veloso! (Eca!Eca!Eca!)Eu juro que, depois dos meus três anos de idade, eu nunca mais nadei de cueca na praia e também nunca saí por aí falando que "essa coisa linda que resgata a ânima do ser acaba por transcender a essência do indivíduo na sua mais pura relação com o não-ser, ou por que não dizer, com o âmago do pensante na sua mais plena desmatéria..."

Agora, eu juro que não consigo entender por que diabos tanta gente me acha parecido com o Chico Buarque de Holanda. Talvez porque nos dias ímpares do mês meus olhos ficam verdes. Afora isso, e o nosso talento em comum, não vejo outras semelhanças.

Muita gente tem essa fascinação por tentar reconhecer no outro a figura de um terceiro. Mas eu nunca vi alguém se olhar no espelho e dizer: "Nossa! Eu sou a cara do Costinha!" Por que será? Essa questão daria uma tese interessante para os psicólogos estudarem. Aí vai mais uma idéia inútil pra quem não tiver o que fazer ter no que pensar. Por que nós sempre achamos todo mundo parecido com alguém e nunca nos achamos parecidos com ninguém além de nós mesmos? Intrigante, não?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Você também já reparou que quando a gente pensa no nosso rosto é diferente do que a gente vê no espelho?
Miriam

8:28 PM  

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