Cassandra

Y está certo. Como sempre. Todos têm um blógui abandonado no currículo. Por que eu seria diferente? Mas fique tranqüilo, meu amigo. Eu jamais conseguiria me transformar em um jornalista autêntico, porque eu sou cretino, mas nem tanto. Voltando aos blóguis abandonados, acho que a internet deveria criar um cemitério de blóguis, fotológuis e sítios em geral. Impressionante como tem mais dessas quinquilharias na internet do que leis obsoletas no nosso ordenamento jurídico. Outro dia, depois de assistir ao filme "Sonho de Cassandra", do Woody Allen, resolvi pesquisar no Google sobre o mito de Cassandra. É claro que encontrei muita coisa, mas muita coisa que eu encontrei foi exatamente em blóguis abandonados. Sim, pensando bem, os blóguis abandonados têm o seu valor. O meu vai ficar bonitinho nesse imenso cemitério. Aproveitando, vou falar um pouco da Cassandra, que também representa as histéricas (esses psicanalistas são todos uns fanáticos por mitologia grega). Cassandra, filha de Príamo, era uma troiana muito bem apessoada que deixou Apolo doidão. Apolo, pra seduzir a moça, resolveu ensiná-la o dom da profecia. Ensinou. Mas Cassandra era durona e esnobou o deus bonitão. É, esses deuses gregos eram rancorosos e vingativos. Por isso, Apolo, por vingança, não deu à Cassandra o dom da persuasão. Resultado: ela profetizava tudo, mas ninguém acreditava, achando que o moça não passava de uma histérica. Cassandra profetizou, entre outras coisas, a guerra de Tróia, e também dedurou a armadilha do cavalo de madeira (isso é meio polêmico, pois eu soube através de um livro do historiador francês Vidal-Naquet que essa história de cavalo de madeira é meio mal contada, mas deixemos isso pra lá). Só que não adiantou nada, porque ninguém acredutou na Cassandra. E ela acabou ficando meio doida, ao que me consta. Agora, se alguém pequisar sobre Cassandra, encontrará o blógui deste escrevinhadeiro de mierda. Que azar, não?

Dura Realidade

Hoje Brasília amanheceu ensolarada, porém triste. Não sei. Estava um clima sorumbático, juntamente com uma brisa levemente fria que passeava pelas ruas de South West. Seria causa desse clima o "maracanazo" de ontem? Ai, Flamengo. Que coisa. Mais de 50 mil pessoas foram ao Maracanã para celebrar uma classificação certa. E o que viram? Uma daquelas coisas que acontecem de 100 em 100 anos. Os jogadores do Flamengo assistiam aos chutes desajeitados do time mexicano, que desviavam aqui e acolá e iam morrendo no fundo das redes rubro-negras, matando aos poucos as esperanças de milhões de torcedores que acreditavam em mais um título. Os flamenguistas andavam eufóricos, dizendo que o time estava jogando muito e que era favorito para ser campeão sul-americano. Como é amarga a realidade, porque um time que tem jogadores da estirpe de Toró (o novo Amaral), Ibson e Souza entre os titulares, vão me desculpar, mas não pode ser lá grande coisa. Um time que precisa dos gols salvadores de Obina (vulgo "O iluminado"), não pode querer chegar longe. Eu sei, eu sei. Flamenguistas fanáticos estariam a perguntar: o que você, um corintiano de merda, vem falar de futebol? Como ousas? Ouso, porque sou chato. Venhamos e convenhamos. Uma coisa é ganhar o campeonato carioca, que só tem quatro times que prestam. Outra é ganhar a Libertadores. Sejamos sérios, minha gente.