sexta-feira, julho 06, 2007
Depois de expulsar meu último leitor - uma máquina disparadora de propagandas semi-alfabetizada, vou me dar ao direito de ficar de cuecão na sala, assistindo ao filme "As Tartarugas Ninja 2 - O Segredo do Ooze", na sessão da tarde. A crítica da Folha me inspirou: "Novas aventuras das quatro tartarugas. OK, para público pré-adolescente (ou, antes: será que ainda é?)". Sinceramente, não entendi o que o crítico quis dizer com isso. Mas tudo bem. Estou meio com sono e quero muito ver quatro tartarugas voando e batendo em bandidos sanguinários. Mais ainda, quero descobrir o segredo desse tal de Ooze. Outra coisa, aposto meu reino que o cara que escreveu essa sinopse não assistiu ao filme. Não o culpo.
Que dilema. Não sei se vejo o filme das tartarugas ou se tento resolver um Sudoku. É uma sexta-feira braba, sem muito para se fazer. Não tenho nem com quem conversar, pois meus colegas ganharam na Mega Sena e eu não quis participar do bolão. Eles prometeram me pagar um jantar em Paris - se eu tiver como chegar lá. Ah, Paris, Paris, como eu era feliz no Pari. Paris algumas idéias? Eu não. Eu não. Oh, musa inspiradora. Pare de conversar com a estátua do Álvares de Azevedo no Largo São Francisco e venha me ajudar. Estou com as mãos grudentas depois de ter comido uma, duas mexericas. Estou sem uma obturação depois de ter comido um saco de balas de leite Kids. Estou com uma coceira nas costas e ninguém pra me coçar.
Que será de mim? Já sei, pegarei um ônibus e conversarei com Gandhi. Ele mora numa praça ao lado do Parque Ibirapuera, rodeado de eucaliptos apodrecidos. Lá irei, e receberei a luz que me levará de volta a Paris, a Lutécia dos meus amores. Não posso mais viver longe de ti. Onde eu estava mesmo? Nos golpes das tartarugas ensandecidas. Elas estão nervosas e eu me lembro que, quando tinha doze anos, fui ao cinema para assistir à primeira aventura dessas pobres, quando elas não passavam de cagadinhos. Ah, como eu fiquei nervoso. Michelangelo não merecia esse fim. Bom, como diria a bisssssssssinha: cansssssssssei. Bom feriado, y'all.
quinta-feira, julho 05, 2007
Moderador de Comentários
Quando eu abri este blógui, no longínquo mês de agosto de 2006, confesso que eu estava cheio de sonhos e ilusões, além de pretensões um tanto megalomaníacas. Tudo bobagem, é claro. Confesso, até, que uma das razões pelas quais eu abandonei isto aqui por tantos meses foi a sensação de frustração, por não ter conseguido revolucionar o mundo cibernético. Eu acreditava que meus textos idiotas causariam comoções e que uma grande corrente de visitantes se formaria, unindo o mundo em torno de ideais de igualdade que, finalmente, demoveriam dos poderosos a idéia de destruir o mundo.
A paz, finalmente, reinaria, e os jornalistas parariam de seguir a lógica do mercado na hora de produzirem as matérias; e os advogados deixariam de pensar nos gordos honorários na hora de elaborarem defesas levianas; e os publicitários parariam de seguir com esse projeto alquímico de transformar cândida em ouro; e os políticos passariam a pensar no dever sagrado de servir o povo; e os banqueiros parariam de cobrar taxas absurdas; e os empresários passariam a pensar no sofrimento dos seus empregados. Sim, uma voz me dizia, é possível.
Pode-se dizer que eu cheguei perto, mas me faltaram forças. Precisei desses meses todos para me recompor e para voltar a este espaço com pretensões mais razoáveis: escrever bobagens livremente. Mas eu estou exagerando na liberdade, porque não era nada disso que eu queria dizer. Eu queria dizer que, quando inaugurei meu blógui, eu não tinha a menor familiaridade com essa tal de internet. Na verdade, ainda não tenho.
Mas hoje, pode-se dizer que eu perdi um pouco da ingenuidade. Eu fui ingênuo quando liberei este espaço para que as pessoas pudessem deixar seus comentários livremente, sem que eu precisasse usar um tal moderador de comentários, ao qual eu fui apresentado depois de uns dias. E o que aconteceu foi que não demorou muito pra chegar uma propaganda, enviada por um desses malditos disparadores de mensagens. Esse programa diabólico não poupa nem blóguis inocentes, como o meu.
Enfim, eu tive que ativar o tal moderador de comentários e, na época em que eu fiz isso, quase que se instaurou uma pequena crise no meu relacionamento amoroso, porque a Vivi deixou um comentário que não foi imediatamente publicado, já que eu tinha que aprová-lo primeiro. Isso fez com que ela me mandasse uma mensagem indignada, dizendo que meu blógui a estava boicotando. Por pouco, cabeças não rolaram. Foi dramático mesmo. Graças aos céus, tudo foi esclarecido a tempo.
Santo moderador de comentários, porque hoje, novamente, eu recebi uma dessas propagandas, e os malas que mandam essas mensagens estão se aprimorando, porque eles fazem as coisas de modo que pareça que não é uma propaganda. Tudo isso, na tentativa de driblar o moderador de comentários. Não foi dessa vez, meu caro disparador de espans. Não foi dessa vez. Eu devia ter guardado a mensagem que estava no espam que me enviaram, porque, apesar do aprimoramento, o nível intelectual de quem bola essas coisas ainda é assustadoramente baixo.
Tente outra vez, canalha. Tente outra vez macular a pureza da minha relva. E você verá o que te espera.
quarta-feira, julho 04, 2007
Autêntico Chato
Já que eu sou o chato que responde a perguntas retóricas, deixa eu aproveitar a fama e ser ainda mais chato, um chato de galocha que, de acordo com um e-mail que o Aldo me mandou, é um chato reforçado (a galocha era usada para reforçar o calçado e, assim, protegê-lo da chuva); ou, um chato que chega de mansinho e pega a todos de surpresa (o chato que vestia a galocha conseguia chegar sem fazer barulho). Deixa eu ser chato, o chato que ninguém quer ouvir (além de família e um ou outro amigo), mas que continua falando, falando e falando. Pior, falando como um autêntico jornalista, aquele que não entende nada e se mete a falar de tudo.
Por isso acontecem absurdos como certa vez em que um infeliz escreveu "mandato de segurança". Entrou com um mandato de segurança? O que seria isso? Também li ontem, ou anteontem, no IG, uma matéria que afirmava, lá pelas tantas, que o Lula discursava "sobre aplausos". E outras barbaridades por aí afora. É óbvio que eu cometo barbaridades a rodo, não precisa procurar muito. Um chato tão chato quanto eu poderia caçar os zilhões de erros de todas as espécies que eu cometo a cada texto. Ora, se eu domino ou não o vernáculo, isso é questão de foro íntimo. Digo em minha defesa que, neste espaço, privilegio a linguagem coloquial, tá ligado?
É isso aí. Eu não tenho coluna na grande imprensa e não gasto os tubos pra fazer pose de membro do quarto poder. Eu só tenho um ajudante analfabeto e, Deus me livre, não sou formador de opinião - eu seria incapaz de dormir à noite. Depois de colocados os pingos nos ii, vamos a mais uma chatice extraída com todo carinho da minha caríssima Folha de S. Paulo. É uma chatice mesmo, porque eu sei como as coisas são corridas em uma redação. Mas, fazer o quê?, sou chato. Por isso, gostaria de falar sobre a legenda abaixo de uma foto do inofensivo Renanzinho, aquele que é vítima de uma conspiração fenomenal, que responde por um processo "kafkiano" - se todos que dizem isso tivessem realmente lido "O processo", tal livro seria um best seller de desbancar a Bíblia.
De volta à legenda em questão. Lá está Renanzinho, sozinho, sentado em uma cadeira de estofamento azul que é uma beleza. Diante dele, uma mesa. Que fique bem claro: diante dele, uma mesa com tampo de vidro. Sobre a mesa, o que eu vejo? Pilhas de papéis. Mas, o que acabou vendo o repórter que escreveu a legenda? O próprio Renanzinho. Diz a legenda: "Renan Calheiros sentado em sua mesa no plenário do Senado". Sentar em, meu caro jornalista, é sentar sobre. E não adianta acusar o pobre Renanzinho de falta de educação, pois a foto lá está para comprovar que ele estava sentado em sua (na verdade nossa, porque faz parte do patrimônio público) cadeira.
Talvez ele quisesse dizer: "Renan Calheiros sentado a sua mesa no plenário do Senado" Professor, não teria crase aí? - pergunta-me Esfeluntis. No que eu respondo com um ar de acadêmico que vai ao teatro assistir às peças do Gerald Thomas: "Tanto faz, meu filho. Em casos de preposição antecedendo pronome possessivo feminino, o uso da crase é facultativo".
Eu sei que é chatice minha, seu. Não precisa ficar bravo. Ninguém fala: "sentado à mesa do bar". Nós dizemos sentado na mesa do bar. Mas tá errado, porra! Retomando a seriedade que a situação exige, trata-se de um errinho bobo, um coloquialismo. Sou até a favor desse tipo de erro, porque, afinal, a língua é dinâmica. Agora, uma coisa eu não posso engolir. O erro seguinte, logo no lide (lead para os íntimos) da matéria: "Renan Calheiros acompanhou a reunião da Mesa Diretora trancado em seu gabinete de senador, sala aonde não costuma despachar desde que virou presidente do Senado..." "Sala aonde não costuma despachar"? Essa foi foda, meu caro Ranier Bragon (é o nome do repórter que assina a matéria). Pô, Ranier, eu só vou te dar um desconto porque, com esse nome, você deve ser estrangeiro. Neste caso, até uma criança sabe: usa-se "onde", ou "em que". Nunca o "aonde", que serve para indicar movimento, como na pergunta: "Aonde você foi, meu filho?"
Só uma curiosidade, pra finalizar. Essa matéria, intitulada "'Não arredarei o pé da presidência', afirma senador", encontra-se na página A-5 da Folha de hoje. Ao lado do texto, há uma errata do Carrefour, que diz o seguinte: "Prezados clientes, informamos que, devido a um erro de produção no catálogo do Carrefour, com validade de 3 a 9/7/07, o preço divulgado na Churrasqueira Supreme Grill Heyne está errado. O preço correto é R$ 99,90, e não conforme anunciado". Essa churrasqueira compôs muito bem com a matéria sobre o Renanzinho, não? É ou não é o país da piada pronta?
Quanto será que estava custando essa churrasqueira de nome maravilhoso, de acordo com o catálogo? Aposto em R$ 9,90. O que deve ter chovido de churrasqueiro querendo aproveitar a promoção...
Cultura da Explicação
Vale a pena ler o artigo do Marcelo Coelho na Folha de hoje, 4 de julho, intitulado Cultura da Explicação (para assinantes). Acredito que valha a pena ler, tanto pelas coisas que eu gostei quanto pelas coisas que eu não gostei nas palavras do jornalista.
Marcelo Coelho começa dizendo aquilo que muitos sentiram ao saber da notícia da turminha da Barra que se divertia espancando pessoas pobres pelas ruas: "Fico tentando entender o que leva um grupo de delinqüentes de classe média a espancar, tarde da noite, uma mulher parada num ponto de ônibus..."
Primeiramente, quero dizer que gostei muito do artigo do Marcelo Coelho porque ele toca no ponto nevrálgico da questão: o evidente apartheid social em que vivemos, diante do qual, a elite brasileira se esforça ao máximo para evitar o confronto. O sonho da classe média-alta é viver tranqüilamente, sem que os pobres lhes joguem na cara o quão injusta é a nossa sociedade (e sem que as conseqüências nefastas dessa desigualdade lhes atinja, logicamente). Por isso, lá vamos nós comprar belas casas dentro de condomínios de segurança máxima, lá vamos nós blindar nossos carros, lá vamos nós freqüentar redomas do consumo, restaurantes caríssimos e casas de show que cobram um salário mínimo de ingresso. Pobre, a elite só quer ver como serviçal - e que esteja muito bem alinhado, seja muito bem educado e só dê respostas - sucintas, é claro - quando solicitado.
É por esse motivo que a elite aplaude quando os governos adotam políticas higienistas que expulsam o pobre periferia afora e dificultam o seu acesso ao espaço público. Membros da elite que chegam a criar comunidades no Orkut intituladas "Odeio pobre", como citou Marcelo Coelho em seu texto, certamente, adoram não ter que fazer nenhum tipo de serviço braçal; pessoas que nunca pegaram um ônibus adoram a comodidade de ter um motorista; "delinqüentes de classe média" que saem por aí a espancar gente pobre adoram consumir uma caipirinha feita no capricho por algum fodido que mora longe. E por aí vai.
"Mas eles pensaram que fosse uma prostituta...", alguém poderia dizer. "Isso não tem a ver com diferença de classes". Não tem? E por que eles não foram agredir putas de luxo, que existem aos montes em cidades como Rio e São Paulo? Não se trata de falso moralismo, não senhor. Corretamente, ao meu ver, Marcelo Coelho também refuta essa tese. Aqui se encerra a primeira parte do artigo, com a qual eu concordo plenamente. A segunda parte do artigo tem início, justamente, com a frase: "Bem, mas eles pensavam que estavam atacando prostitutas". Sobre isso eu já falei. Então, sigamos adiante.
"Será que esses 'meninos', esses 'garotos', esses 'adolescentes' (quanta ilusão nessas palavras!) tiveram uma educação excessivamente liberal?" Obviamente, essa questão que Marcelo Coelho lança, já na parte final do artigo, é retórica. Ele está falando sobre a cultura da explicação e exemplificando algumas delas. Mas eu farei o papel do chato que responde a perguntas retóricas: é claro que não. Ou melhor, pode até ser, mas a questão não é essa. A educação que esses "meninos" receberam é fruto dessa mentalidade segregacionista da nossa elite. Falta de repressão é a explicação fácil que as alas conservadoras da nossa sociedade dão para qualquer problema minimamente complexo, fora do arroz com feijão. Tudo isso, para proteger o cerne da questão, que é o cultivo do abismo social que os ricos deste país promovem a fim de manter as velhas regalias herdadas por uma sociedade escravocrata.
Voltando ao artigo, Marcelo Coelho enfileira uma série de perguntas retóricas e estratégias de investigação, que ele mesmo classifica como inúteis na tentativa de explicar aquela dúvida do início do texto. Conclui, então, que o problema está em sua pergunta, que nem todo absurdo que acontece na sociedade tem explicação e que nós nos alimentamos dessa cultura dos especialistas, quando psicólogos, sociólogos, antropólogos, filósofos, etc., são procurados pela imprensa para dar o carimbo acadêmico que as coberturas jornalísticas exigem. Afinal, jornalismo sério não se contenta com achismos e, os jornalistas se vêem na obrigação de fundamentar seus textos com palavras de gente do ramo.
Muito bem, eu concordo com o jornalista Marcelo Coelho que não existe explicação para tudo e que a cultura da explicação prospera entre nós. Tudo muito bem. No entanto, confesso que eu me frustrei. Frustrei-me porque, na minha opinião, houve uma inversão de focos. Fiquei com a impressão de que toda a análise social feita anteriormente assumira o pobre papel de exemplo de explicacionismo. Seria como se Marcelo Coelho tivesse dito: tudo o que eu dissera anteriormente é mais um exemplo do discurso dos especialistas. Para piorar, ele conclui que essa tentativa de se explicar tudo gera, nos "nossos 'jovens'", a necessidade de superar o discurso e de, enfim, tornarem-se inexplicáveis.
Nesse ponto, eu discordo veementemente do jornalista. Como assim? Ele está querendo me convencer de que o desejo de superar a capacidade de compreensão humana fez com que, de madrugada, esse grupo de filhinhos de papai da Barra da Tijuca espancasse uma mulher sozinha e indefesa? Com essa conclusão, Marcelo Coelho não só enfraquece a bela leitura social que fizera como, paradoxalmente, acaba dando uma resposta fácil e estúpida para aquilo que ele considera impossível de se explicar. Na tentativa de responder não respondendo, a emenda saiu pior que o soneto.
Insisto, gostei muito do artigo. Mas, confesso ter ficado com a impressão de que Marcelo Coelho mirou num pardal e acabou derrubando um avião (agora quem chegou a uma conclusão esdrúxula fui eu).
terça-feira, julho 03, 2007
Milagre Questionável
Meus colegas de trabalho querem me excomungar. Só porque eu fiz um comentário inocente. É o seguinte: eu sei que ninguém aqui acompanha Fórmula 1, muito menos eu. Puta troço chato e, ainda por cima, passa domingo de manhã. Mas acho que todo mundo viu, mesmo sem querer, um acidente que rolou com um piloto há cerca de um mês. Se não viram, eu descrevo. O sujeito levou um totozinho na curva e saiu voando. Basicamente isso. Um acidente, eu diria, impactante.
O tal piloto, que calha de ser polonês, saiu do hospital no dia seguinte, caminhando tranqüilamente e querendo participar da corrida seguinte. Milagre? Pois é. Como eu disse, o piloto é polonês e fã de Sua Santidade o Papa João Paulo II, cuja santidade a Igreja quer atestar o mais rápido possível. O piloto, dizem, estava com uma foto de João Paulo II dentro do capacete. Custo a crer nisso, mas é o que dizem.
Agora a Igreja quer atribuir o fato - de o piloto ter ficado inteiro depois do acidente - a um primeiro milagre de Sua Santidade o Papa João Paulo II, a fim de apressar o processo de canonização do mesmo. Ora, eu disse apenas o seguinte: os engenheiros se matam pra projetar um carro capaz de correr a 350km/h e, ao mesmo tempo, proteger o piloto em caso de acidente (não é à toa que o carro se despedaça inteiro, menos o cockpit, que é onde o piloto fica), aí vai um infeliz de um piloto, enfia a foto de um Papa na orelha e é o Papa que fica com a fama? Desculpem, mas eu não acho lá muito justo.
Não é preciso ser expert em física pra saber que, se um carro levar uma trombada a 300 por hora, a tendência é que o estrago seja feio. Aí está toda a dificuldade dos engenheiros. Como fazer pro carro voar e, se der uma merda, o piloto não ir pro saco, como iria em um acidente com um carro comum? Vocês vão me desculpar, mas eu continuo não achando justo. Só que eu tive a idéia de expressar este meu pensamento em voz alta e provoquei uma reação estranha: primeiro, os meus colegas de trabalho riram; depois, disseram: você vai ser excomungado.
Mas eu só quero impedir uma injustiça. Que a Igreja, pelo menos, pague uma porcentagem dos royalties pelo milagre aos engenheiros da BMW que, tenho certeza, vararam noites e noites na tentativa de projetar um belo carro com o qual o piloto polonês poderia voar à vontade, e sem o perigo de ter um encontro prematuro com Sua Santidade o Papa João Paulo II. Foi essa a minha inocente intenção.
PS: Não vem que não tem, Ratzinger. Eu nem fui batizado e, muito menos, fiz primeira comunhão. Portanto, quem nunca comungou não pode ser excomungado. Já que eu estou condenado a viver a eternidade no purgatório, que se foda toda essa merda.
segunda-feira, julho 02, 2007
Fiado Só Amanhã
Se eu fosse condenado à prisão perpétua e tivesse que passar o resto dos meus dias dentro de uma solitária úmida, fria, sem janelas e cheirando a mofo; se eu não tivesse direito a receber visitas e nem a falar com ninguém; se eu não pudesse receber notícia alguma sobre o mundo exterior e, cada vez que tentasse me comunicar com o carcereiro, levasse umas belas bordoadas; se eu não tivesse nem um pedaço de carvão para rabiscar as paredes; se minha alimentação consistisse num pedaço duro de pão e um copo de água barrenta; se eu tivesse que dormir sobre o cimento; se meus únicos direitos fossem uma peça de roupa por mês e uma ducha gelada por semana; se eu tivesse que escovar os dentes com o dedo e usar as linhas da roupa como fio-dental...
Aí eu estaria fudido.
domingo, julho 01, 2007
Pane Geral
Nesta fria e cinzenta noite de sábado, quando milhões de paulistanos lutavam contra suas mentes para pensar em algo para fazer que pudesse lhes aplacar a solidão, justo nesta triste noite, meu blógui saiu do ar. Fui alertado pela Vivi, que, ao tentar acessar a página do escrevinhadeiro insone, encontrou uma mensagem obscura: destino não encontrado. O que será que eles querem dizer com isso, meu deus? Como assim, destino não encontrado?
Logo pensei: isto é manobra dos poderosos caçadores de tremas, ou dos advogados da Folha de S. Paulo, ou de um hacker mal humorado. Isto é manobra de alguém que não pôde suportar a verdade nua e crua. Fui eliminado por algum moralista de meia pataca. Mas isso não ficará assim. Assim que eu conseguir acordar o corpo jurídico do meu empreendimento, a batalha ganhará novo fôlego. Alea jacta est.
PS: Se você está lendo isto, significa que eu venci. Caso contrário, deixo ao Esfeluntis o legado da minha miséria.