sábado, julho 28, 2007

Brasília Lá Vamos Nós

Brasileiras e brasileiros, agora é oficial. Saiu a portaria da Advocacia Geral da União que definiu a lotação da Vivi em Brasília. Minha querida vai lavar velhinhos no Ministério da Previdência, enquanto eu vou aproveitar pra caçar calangos nos arredores da cidade. Brincadeira, eu prometi ao Chico que pararia de falar mal de Brasília, minha nova casa. Eu já amo Brasília. O duro será convencê-la a me amar. Faz 30 anos que eu estou tentando convencer essa velha rabugenta chamada São Paulo a pelo menos gostar um pouquinho da minha pessoa. Mas ela é complicada.
É verdade, eu amo Brasília. Já comprarei camisetas no aeroporto com aqueles corações e outras coisas do tipo. Os amigos podem esperar pra ganhar presentes típicos. Eu (coração) Brasília. Será que eu verei muitas daquelas manifestações na Praça dos Três Poderes? Será que aquele cara que vende cachorro-quente perto do Palácio do Planalto ainda está lá? Agora vocês me dão licença que eu vou celebrar. Mais tarde eu passo por aqui pra dizer qualquer besteira.

terça-feira, julho 24, 2007

Coisas de Outro Mundo

Acontece muita coisa nesse metrô. Ontem, por exemplo, no meio das centenas de pessoas que dividiam o espaço de um vagão, havia um extraterrestre. Não sei o que aquele ET veio fazer aqui na Terra e ainda mais no metrô da Sé às 18h30. Isso é que é querer passar por situações inusitadas. Eu, se fosse para outro planeta, ia procurar programas mais agradáveis. Enfim, cada um é cada um, e esse ET resolveu passar pela maravilhosa experiência de se sentir uma sardinha em lata.
Confesso que não vi o extraterrestre. Apenas ouvi seu discurso revoltado. Eu estava longe e cercado por trabalhadores cansados (mal sabem eles que eu sou um vagabundo profissional infiltrado), quando comecei a escutar uma fala potente e cheia de amargura. Pouco consegui compreender, mas o sujeito dizia que não tinha vergonha de dizer que era extraterrestre, que eles (sei lá quem) haviam nos criado e queria ver quem teria a coragem, quem seria homem de expulsá-lo dali. Ele repetiu duas frases várias vezes: "Eu sou um extraterrestre" e "Vão se foder".
Ninguém reclamou de ser xingado pelo ET. Vai que ele tem algum poder estranho e começa a soltar raios, ou gases tóxicos, para todos os lados? Eu também não aconselho alguém a sair por aí encarando esses alienígenas. Porque, bem disse esse do metrô: "Sou extraterrestre, para além da Terra". Além de muito didático, esse ET quis dizer que existem mais coisas entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia (essa frase é fruto de uma inspiração súbita e, quem quiser utilizá-la, favor me enviar R$ 0,15 para cada utilização).
Quando eu era moleque, andei escutando um papo de uma religião que pregava que nós terráqueos éramos produtos da criação de alienígenas. Se alguém souber o nome dessa seita, favor guardar para si ou procurar o ET no metrô da Sé na hora do rush. Enfim, fazia tempo que eu não ouvia nenhuma alusão a eles. Hoje quem está na moda são os veganos e os emos. Os veganos acreditam que nós fomos criados por vegetais muito desenvolvidos e que nós só podemos comer nossos iguais. "E Deus criou a verdura". Lá pelo meio das escrituras sagradas está escrito que os seres humanos não podem comer nada que anda.
Já os emos acreditam que nós fomos criados, não importa por quem, mas para quê: fomos criados para sentir. Não é bonito? Mas tudo isso, daqui a pouco, também sai de moda, e nós passamos a ser criados, de acordo com novas teorias, por novas entidades e com outras finalidades. O fato é que estamos indo para o buraco e, se eu fosse esse ET, me mandava logo daqui. Não de metrô, meu filho. Por favor, né?