Hoje, na publicação do 83º texto deste meu espaço, por não ter porra nenhuma melhor pra dizer, decidi fazer um balanço - sei lá, algo no estilo "sem vocês eu não teria chegado até aqui". Só falta descobrir onde eu estou.
Tirando um texto curto do Thiago Iacocca, agradecendo às minhas colocações sobre seu livro
Furta-cor (você prometeu mandar mais uma contribuição pra mim, Thi, não pensa que eu esqueci); e um texto da minha querida Vivi sobre o livro
Cidades Invisíveis, do Italo Calvino, o resto foi tudo composição pópria de minha artoria, fora uns plágios, compilações indevidas e outras falcatruas, mas isso não vem ao caso nesse momento de euforia.
Eu dividiria essa batelada toda que eu tenho escrevinhado desde o final de agosto do presente ano de 2006 depois de Cristo, em três tipos de textos: fictícios, crônicas (por falar nisso, hoje tinha um casal trepando na cobertura de um prédio perto da Câmara Municipal) e análises de eventos por mim considerados relevantes.
Acho que a crônica que mais deu o que falar foi a do sapato assassino. As pessoas ficaram comovidas com o acidente ocorrido com a Vivi, o que eu compreendo perfeitamente e faço até uma espécie de mea culpa, já que o meu desleixo pode ter contribuído de maneira decisiva para que o fato tenha ocorrido. O dedinho da Vivi dói até hoje. "Será que eu vou ficar com esse dedinho assim pra sempre?", ela às vezes me pergunta. Algum médico na platéia? Vou ligar pro meu amigo Ernesto que, apesar de ser radiologista, deve ter algo a dizer sobre o tema.
Quanto a ficções, eu estou nos primeiros e tortos passos. Portanto, tenham paciência, ou vão ler a coluna do Bonassi. Meu lado analítico também resolve meter o bedelho em assuntos dos quais eu não sou especialista, mas aí que está a graça. Afinal, sou jornalista. E como já me disse o Lino, jornalista é aquele cara que fala de tudo e não sabe de nada. É isso mesmo. Tenho diploma (que eu ainda não fui buscar na PUC devido a uma preguiça violenta e às chuvas que não param nunca mais) e a liberdade de imprensa que me protege nas horas difíceis.
Nesse momento íntimo entre amigos, eu também queria aproveitar para agradecer a todas as incansáveis figuras que arranjam um tempo pra dar uma olhada nas merdas que eu escrevinho. O volume de textos está reduzido, diga-se de passagem, porque, conforme a merda vai saindo, a criatividade vai rareando.
A forte emoção impede as minhas mãos trêmulas de prosseguir, então, quero dizer que fica aqui instituído que, de 83 em 83 textos eu paro as máquinas, olho pra trás e penso: e agora? Prosseguirei com essa masturbação mental até quando? Até quando der na minha pouca telha.