Fidelidade Partidária
Tá todo mundo dando pitaco nessa história, então também vou me meter. Afinal, a decisão foi tomada a poucos passos do meu local de trabalho e isso me faz sentir bastante importante. Quase gritei à Ellen Gracie: "Falta o meu voto, presidenta!" Na minha humilde opinião, o STF acabou de legislar positivamente. Afinal, não existia nenhuma previsão de perda de mandato a parlamentares trânsfugas. Isso não está escrito em lugar nenhum, a não sert na cabeça daquele soltador de bandidos importantes, o tal Marco Aurélio Mello que, faz favor, o que um cara desses está fazendo na nossa Corte Máxima, ganhando 25 mil e uns quebrados? Eu sei, ninguém precisa me responder. Foi apenas uma pergunta retórica e provocativa.
O STF legislou positivamente. Legitimou uma invenção do TSE, feita pelo Marquinho Solta Presos. Mas, não posso deixar de concordar com os caríssimos e meritíssimos ministros. Já que os parlamentares não se mexem para realizar a maldita reforma política; já que eles não legislam sobre questões fundamentais que possam prejudicá-los de alguma forma, que possa limitar suas pataquadas, que o STF tome as rédeas da situação. Tem competência para isso? No señor. Na minha humilde opinião de jornalista intrometido, não.
Estão certos os ministros Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa. Uai, mas eu fico feliz que alguém esteja tentando impedir que o Congresso Nacional se assemelhe aos campeonatos europeus de futebol, que liberam períodos para que os clubes possam contratar jogadores durante a competição. E mesmo no caso do campeonato europeu, existem regras rígidas. Por exemplo, se um jogador já participou de alguma partida pelo time X, não pode mais jogar por qualquer outro time que pertença ao mesmo torneio do time X. Isso também vale aqui para o Brasil, pra ninguém dizer que isso é coisa de europeu. Ou seja, até o mundo do futebol se preocupa mais com essa história de troca-troca de agremiações do que os nossos queridos políticos.
É só iniciar um novo governo que os oposicionistas pero no mucho se assanham, e praticam o fisiologismo na maior caruda, em busca de cargos no executivo. Então, o trouxa do eleitor que votou em Fulano porque odeia Cicrano, logo vê os dois, na maior alegria, trocando afagos. Não quero saber se o eleitor, geralmente, vota na pessoa e não no partido. Oras, no Brasil não existe a possibilidade de se candidatar sem estar filiado a um partido. Não existe essa de mandato personalista. Eu, por exemplo, fiz a cagada absurda de votar na Soninha para vereadora. Bem feito pra mim. Agora vejo essa trânsfuga pegar o bonezinho e ir para o PPS, o partido de aluguel dos tucanos, pra compor uma linda bancada na Câmara dos Vereadores de São Paulo ao lado de Edivaldo Estima e Myryam Athiê (é com dois y mesmo, eu vi no Google)! E pra onde vai aquele discurso suprapartidário da Soninha? Pras cucuias! E eu, veja você, acabei votando no PPS!
Não, essa porra tem que acabar. Que todos me desculpem, mas eu estou com o STF.