terça-feira, setembro 18, 2007

A Ida

Na primeira fase deste blógui, meu grande amigo Butantã deixava aqui diariamente seus comentários para cada texto que eu publicava, fosse a merda que fosse. Pois é, o Butantã se casou com a Fernanda, depois de quase uma década de namoro, no último dia 15 em Campos do Jordão. Antes que alguém faça idéias erradas, o casamento foi em Campos porque a Fernanda é de lá. Eles não têm nada a ver com essa gentinha estilo João Doria Jr e a cerimônia foi simples, em uma igreja simples, como deveriam ser todas as igrejas, na minha humilde opinião.
A festa foi ótima. E também foi ótimo retornar a São Paulo por duas semanas seguidas. Ótimo, porém cansativo, graças às companhias aéreas BRA e Ocean Air, (uma merda de parceria entre duas merdas de companhias). Façamos, a seguir, uma retrospectiva dos acontecimentos:
Quinta-feira, 13 de setembro de 2007, 17h32:
Vivi entra no site da BRA e lá constata: seu vôo, de número 6319, Brasília-Guarulhos (direto) está confirmado para sexta-feira, 14 de setembro, às 18h40.
Sexta-feira, 14 de setembro de 2007, 16h58:
Vivi chega em casa e me pede para chamar o táxi enquanto ela troca de roupa. Chamo o táxi, arrumamos os detalhes rapidamente e rumamos para a frente do nosso prédio. Logo chega o táxi e lá vamos nós, em direção ao Terminal 2 do aeroporto de Brasília (que fica separado do resto do aeroporto e só antende aos coitados dos clientes BRA-Ocean Air - nem isso eles avisam e, na primeira vez que nós viajamos a São Paulo, só não fomos parar no lugar errado porque o taxista desconfiou que podia ser no Terminal 2; detalhe: não dá para ir a pé de um terminal ao outro, porque é longe; alguns desses filhos da puta nos indenizariam pelo táxi extra que teríamos que tomar? Lógico que não, porque eles querem que você se foda).
17h32:
Chegamos ao balcão da BRA e a moça nos comunica calmamente que o nosso vôo foi cancelado e que existe um outro vôo, previsto para as 19h20, com destino a Guarulhos, mas com escala em Goiânia. Ela nos ameaça dizendo que nós temos que decidir rapidamente se nós queremos lugar nesse vôo ou não, porque existiam apenas 11 vagas. Fazer o quê?, pensamos. Aceitamos, apesar da raiva - não sabíamos que a aventura estava apenas começando.
18h15:
Hora do embarque. Pegamos uma fila que sai e entra no terminal feito uma sucuri gigante; uma senhora fura a fila na maior cara-de-pau, mas tudo bem. A sala de embarque está um caos só, com centenas de pessoas apinhadas tentando sair dali o mais rápido possível.
19h:
Aparece na telinha de uma televisão que o nosso vôo está atrasado - consulte a companhia. Mas não tem ninguém a quem recorrer. Detalhe: o nosso vôo, originalmente, era pra ser pela Ocean Air, mas fomos forçados a pegar um pinga-pinga da BRA (afinal, elas são parceiras). Só consigo falar com uma funcionária da Ocean Air, e o que ela me responde? "O seu vôo é BRA, você tem que procurar alguém da BRA". Ou seja, nessas horas, a parceria que vá ao diabo.
20h:
Muita confusão. Não conseguimos informação sobre o nosso vôo. Ninguém sabe porra nenhuma. Uma senhora nos contou que a filha dela, ao pegar aquele vôo duas semanas antes, teve que esperar por mais de quatro horas, sem que ninguém fosse capaz de dar uma explicação honesta.
21h e cacetada:
Estamos putos. Nada de chamar o nosso vôo. De repente se junta uma turma que ia pegar o nosso vôo em volta da funcionária da Ocean Air (a mesma que tinha me dito pra procurar alguém da BRA) e ela resolve anunciar no grito (sem usar o sistema de som) que nós podíamos nos preparar para embarcar. Várias pessoas apareceram sem entender, perguntando se aquele era o vôo que ia a Goiânia. "Por que não avisaram pelo alto-falante? Eu estava do outro lado do terminal" - afinal, a previsão era mesmo para que nós embarcássemos do outro lado do terminal, a Vivi e eu que desencanamos de ficar no meio do tumulto e acabamos dando sorte. Na fila de embarque, aquela mesma senhora que havia furado fila lá fora tenta passar a nossa frente, mas a Vivi lhe dá uma fechada providencial. Eu digo: "Essa aí é chegada em furar uma fila". Ela me olha feio.
22h30:
Pousamos em Goiânia. Eu penso que "se essa porra cair eu vou morrer muito puto da vida por estar nesse maldito vôo". A "porra" não cai (obviamente, senão eu teria que psicografar essas palavras no site da Zíbia Gasparetto), mas dá uma bela quicada na pista do aeroporto de Goiânia. Entram e saem passageiros, a aeronave é abastecida e tudo está pronto para o vôo a Guarulhos.
23h55:
Chegamos em São Paulo, três horas e meia depois do previsto, depois de muito desrespeito, muito foda-se você. Mais uma ação na Justiça deve entrar contra essa parceria (acredito que já existam umas setecentas mil), porque nós pegamos o mesmo vôo com uma mulher que se auto intitulou "A Rainha das Ações" e ela já estava organizando uma lista de pessoas que quisessem entrar no pau contra as supracitadas porcarias aéreas.
Aguardem "A Volta", que foi ainda pior que a ida. Muito pior. Pode acreditar.