sexta-feira, dezembro 17, 2010

Azul-Petróleo

A semana foi dura. Mas não desistam de mim, povo. Não me deixem só. Amanhã, vistam-se de azul-petróleo em sinal de apoio a mim. Eu sei que amanhã a Avenida Paulista, a Champs Eliseé e o raio que o parta estarão cobertos de azul-petróleo. A Terra é azul! E o petróleo também. Bom fim de semana.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Ciclo do Oxigênio

Mais uma semana começa, do modo sonolento de sempre. Segunda-feira braba, dessas que fazem com que eu me sinta um selfmade-merda. Dia de tentar fazer exercícios físicos, a fim de amenizar mais esse show de esbórnias do fim de semana. Chego, então, à academia, e faço meus exercícios, sem o menor ânimo e morrendo de raiva daqueles ratos de academia que fazem exercício com aquela cara de "adoro sentir dor".
Na hora de tomar banho, deparo com cenas no mínimo desagradáveis no vestiário, como um gordinho se dirigindo ao chuveiro, vestido apenas com a fita do polar na altura do peito. Será que ele quer medir os batimentos cardíacos durante o banho?, pensei. Ah, mas é segunda-feira. Cenas bizarras como essa são comuns. Ao me trocar, descubro que esqueci o maldito crachá do trabalho em casa.
Em casa, quase tenho que revirar tudo para achar a porra do crachá. Eu já estava desistindo e me chamando de tudo que era nome feio, quando vi o desgraçado escondido debaixo de um livro de Direito Tributário e atrás de um prato com farelos de panetone. Vai se esconder bem assim na puta que pariu.
Chego ao trabalho. Estou com dor de barriga. Teria sido o panetone inteiro que eu tracei no dia anterior, antes de me entupir de frituras na festinha de aniversário do Gabriel, filhinho do Xiletol? Talvez tenha alguma relação de causa e efeito entre os eventos supramencionados.
Descubro quem será meu futuro chefe, mas nada disso importa, porque meu futuro chefe ficará tão distante da minha pessoa quanto Plutão fica da Terra. Aliás, não me esqueci do fato de que Plutão fora rebaixado a planeta-anão, por não cumprir o requisito de possuir uma órbita própria, condição sine qua non para que os astros ganhem a condição de planetas. Sim, Netuno, que não tinha mais o que fazer, resolveu nutrir uma paixão plutônica pela órbita do planetinha caçula, uma paixão nada platônica que culminou com o triste fato de que um pedaço da órbita do caçulinha Platão acabou surrupiada por Netuno, assim como os grileiros, os latifundiários, os senhores feudais, os fidalgos, fazem com os pequenos proprietários de terra aqui na nossa(?) Terra.
Minha vontade, diante da especulação imobiliária, é de comprar um lote em Plutão, mas eu estou juntando dinheiro para comprar um lote no Céu, de frente para o Monte Fuji. Melhor seria se mudar para a Bahia. Sorria. É engraçado. É ridículo, porém, engraçado, porque eu me preocupo com as questões mais cretinas que envolvem minha vidinha mais ou menos enquanto o mundo se liquefaz. Liquefazer o quê? Vamos curtir mais essa segundona, porque no fim da nossa existência, vamos desejar arduamente que Deus nos dê mais uma segunda-feira de vida. Se não for Deus, que se forda, desde que alguém nos dê mais alguma(s) segunda(s)-feira(s).
É esse o tal ciclo do oxigênio, de que tanto falam. O mesmo ciclo que é interrompido pela proliferação de bactérias anaeróbias a cada duzentos milhões de segundas-feiras. Isso fode a vida, literalmente, morre tudo que é vivente, porque o mar fica sem oxigênio, mas depois tudo começa de novo. E logo teremos que aguentar o Sílvio Santos, o Ratinho, o Gugu e o Zeca Camargo. Cadê essas bactérias anaeróbias que não chegam?