Cérebro Enferrujado
Retomar atividades, sejam elas quais forem, é sempre meio complicado. Dito isto, lá vou eu, tirar a ferrugem dos dedos e tentar escrever alguma coisa depois de quase um mês parado. Na semana passada eu tentei escrever sobre as férias que passei com a Vivi, principalmente sobre a semana no Rio de Janeiro, roubando comida da casa do Gui e da Carol em Botafogo. Não consegui. Apelei até para uma espécie de tratado sociológico que analisasse as belezas e perigos da Cidade Maravilhosa. Seria um trabalho inédito, sem dúvida. Mas eu também não consegui.
Tentei falar dos passeios com a Vivi à beira da lagoa Rodrigo de Freitas; da nossa visita ao Palácio do Samba (para quem não sabe, é a quadra da Mangueira); do show da Teresa Cristina (aquele Pedro Miranda tem que tocar mais e cantar menos); dos ótimos restaurantes; da Lapa e do centro velho; da Livraria Travessa (tanto na Rua da Travessa quanto em Ipanema); da simpática Livraria Folha Seca, especializada em História do Brasil, Rio antigo, futebol e música; da visita à minha prima, que acabou de ter um filhinho (o desgraçado tem mais cabelo do que eu), na Ilha do Governador; do fato de que não pisamos na areia nem sequer uma vez... Enfim, tentei falar de tudo isso, mas não consegui.
Eu escrevia e apagava, escrevia e apagava. Foi quando eu decidi reconhecer que estava enferrujado e tratei de falar sobre a dificuldade de fazer esse meu cérebro preguiçoso pegar no tranco. Porra, meu filho, já estamos no meio de janeiro. Chega de vagabundear. Ele não me deu muita atenção. Mandou que eu me fodesse e se recusou a me auxiliar na retomada das minhas atividades, digamos, intelectuais. Por isso, não falei do Rio e nem de merda alguma. enquanto esse maldito cérebro continuar fazendo greve, não prometo nada.
As negociações prosseguem...