Solidão Paulistana
Ontem, eu, a Vivi o Thiago e a Camila fomos assistir ao show do Paulinho da Viola. O show foi ótimo, cheio de músicas que eu não conhecia e muito chorinho também. O Paulinho cantou uma música maravilhosa do Sidney Muller chamada Nós, os foliões que o próprio Sidney Muller não teve tempo de ver gravada. Aqui vai uma palhinha pra vocês:
Nosso amor foi lindo
Como um carnaval qualquer
Que se acaba
E faz um novo dia-a-dia acontecer
Tão difícil assim como viver
A única coisa que me desagradou foi a postura do público. Confesso que não entendi o que aquele bando de moscas mortas foi fazer lá. Logo de cara, quando abriu a cortina, a galera aplaudiu como se estivesse diante de um bailarino, ou de um violonista clássico. Durante o show inteiro foi assim. O Paulinho cantava e aquela platéia vienense aplaudia sem nenhuma emoção. Completamente gélida.
Depois de uma seqüência de músicas não muito conhecidas e de alguns belos choros, o Paulinho começou a cantar "Desilusão", ou "Coração leviano", não me lembro qual veio primeiro. Pensei com os meus botões: agora vai. E nada. Nós éramos as únicas pessoas que cantavam no teatro inteiro. Depois eu comentei isso com a Vivi e ela me falou, indignada: "É verdade. Quando nós começamos a cantar eu pensei que as pessoas iam fazer: 'xiu!'"
Que bosta de público. Depois o Nelson Rodrigues diz que não existe solidão maior que a companhia de um paulistano e todo mundo por aqui fica indignado. O fato é que esse tipo de não-manifestação do público num show como o do Paulinho da Viola não corre o risco de acontecer no Rio de Janeiro. Ninguém é obrigado a gostar do artista, é claro. Mas eu me pergunto: o que eles foram fazer lá?
Nosso amor foi lindo
Como um carnaval qualquer
Que se acaba
E faz um novo dia-a-dia acontecer
Tão difícil assim como viver
A única coisa que me desagradou foi a postura do público. Confesso que não entendi o que aquele bando de moscas mortas foi fazer lá. Logo de cara, quando abriu a cortina, a galera aplaudiu como se estivesse diante de um bailarino, ou de um violonista clássico. Durante o show inteiro foi assim. O Paulinho cantava e aquela platéia vienense aplaudia sem nenhuma emoção. Completamente gélida.
Depois de uma seqüência de músicas não muito conhecidas e de alguns belos choros, o Paulinho começou a cantar "Desilusão", ou "Coração leviano", não me lembro qual veio primeiro. Pensei com os meus botões: agora vai. E nada. Nós éramos as únicas pessoas que cantavam no teatro inteiro. Depois eu comentei isso com a Vivi e ela me falou, indignada: "É verdade. Quando nós começamos a cantar eu pensei que as pessoas iam fazer: 'xiu!'"
Que bosta de público. Depois o Nelson Rodrigues diz que não existe solidão maior que a companhia de um paulistano e todo mundo por aqui fica indignado. O fato é que esse tipo de não-manifestação do público num show como o do Paulinho da Viola não corre o risco de acontecer no Rio de Janeiro. Ninguém é obrigado a gostar do artista, é claro. Mas eu me pergunto: o que eles foram fazer lá?
3 Comments:
Grande Toão, pena eu não ter ido com vocês neste show, ao menos seriam mais dois cantando e se emocionando a cada acorde do mestre Paulinho da Viola. Minha opinião é a seguinte Tô, o samba com sambistas classicos, como Paulinho, virou "status", é "IN" ir no show do Paulinho da Viola, mesmo que a pessoa não ouça durante o ano todo ela vai no show e ai acontece o que aconteceu, ningeum, ou quase ninguem vibra com o momento ilustre de presenciar um dos grandes mestres ainda vivos do nosso samba. Outro fator que vejo é o alto valor do ingresso que acaba por afastar o público, que realmente curte e escuta samba, mas que infelizmente não tem cacife pra bancar um espetáculo como este. Claro que a população paulistana em sua maioria é muito mais "recatada e castrada" do que de algumas outras cidades como Rio e Salvador, mas acredito que no caso deste show se valem mais as observações que fiz acima.
No proximo iremos juntos engrossar o coro dos amantes do bom samba.
Abraços mermão.
Eu concordo com os fatores que você apontou, mas esse show foi exageradamente frio. Eu já fui em outros shows tão caros ou mais quanto o de ontem e nunca vi tamanha apatia do início ao fim. Às vezes o artista não consegue empolgar o público, é verdade. No entanto, dessa vez o público já chegou gelado. Acho que nem que fosse o Chico Buarque, que provoca histerias coletivas, aquele bando de múmias se manifestaria.
É Toão as vezes calha de somar todos os fatores num só dia... mas no próximo iremos juntos e teremos mais sorte...
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