Baixio das Bestas
De volta ao batente, tendo a dizer, ainda mais após ter assistido ao "Baixio das Bestas": que merda de mundo nós criamos, não? E esse bando de féladaputa ainda tem coragem de colocar na conta divina a merda de mundo que NÓS criamos. Nós destruímos o mundo para criar outro em cima, assim como os malditos cristãos fizeram em Roma e em outras terras que conquistaram. Eles destruíam templos pagãos (muitos dos quais, belíssimos) para levantar igrejas em cima (muitas das quais, nada de mais).
Já dizia um professor de História que tive, o Ricardo, a alertar que nós sempre estudamos a versão dos vencedores. Aos vencedores as batatas e o direito de escrever a versão oficial. E esses mesmos vencedores, cristãos, forjaram uma imagem quase "selvagem" dos mouros, povo extremamente evoluído em todos os sentidos. Lembrei-me disso porque o Ricardo nos contou que, diferentemente dos cristãos, os mouros (esses animais!), quando conquistavam algum território, deixavam em pé os templos e obras e esculturas que consideravam belos. Na verdade, eles só destruíam coisas necessárias para minar a resistência inimiga, como aquedutos e plantações, por exemplo, mas não tinham essa mania cristã de fazer uma "limpeza" cultural no lugar.
Este é o mundo que criamos. Um querendo foder o outro. Não à toa, a ideia do comunismo assusta tanto. Claro, não me iludo. Já falei ao meu irmão anarquista: esses ideais vão contra a própria natureza humana. Igualdade o cazzo! Ninguém quer essa porra, só quem está na merda, até sair da merda. Quem estava na merda, quando sai da merda, vai querer cagar na cabeça de quem estiver na merda. Que merda. É um cagando na cabeça do outro.
Pior é a hipocrisia, o discurso pseudomoralista que tenta acobertar verdadeiras atrocidades. "Baixio das Bestas" mostra bem isso. Mostra que, com maracatu ou sem maracatu, todo mundo quer comer um cu, seja de quem for, para próprio deleite. "Cadê a manteiga que eu quero comer um cu!", grita um, depois grita outro.
E quem se fode? Quem tá mais fodido. Nosso Estado está podre, não chega e nem quer chegar no fundo dos verdadeiros problemas da nossa nação. O nosso principal problema sempre foi e sempre será a corrupção, escorada na ideia do individualismo, do "foda-se o resto". Está podre e as raposas é que cuidam do galinheiro. Enquanto isso, na senzala, é salve-se quem puder. A elite só se coça quando sobra pra ela. Enquanto não morre um playboy, que a patuleia se mate.
Merda de mundo que criamos.
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