Alfabetizado

Começa o segundo tempo! Já estou um pouco mais animado. Por isso resolvi escrever outro texto por aqui, uma vez que o Esfeluntis me mostrou que o índice de audiência do meu blógui caiu ainda mais depois que eu demonstrei um certo desânimo com a vida (até eu parei de ler meus próprios textos).

Meu blógui funciona como a campanha dos políticos. Ele vai de acordo com a onda. Devemos falar da descriminalização do aborto? Sou contra ou a favor? Isso eu preciso perguntar pra Dona Weslian. Ela ficou de me esclarecer... Parece, no entanto, que ela não sabe a diferença entre descriminalização e discriminação. Eta língua difícil a nossa, Dona Roriz.

Melhor não falar muito dessa gente, que é louca pra processar a torto e a direito. Se bem que minha amiga Michelle, que tem um blógui muito mais interessante que o meu espaço-fantasma (Veja na listinha aí do lado, Vida de M), acredita na ideia de que, se você não é processado, não é ninguém. "O negócio é ser processado", ela me alertou.

Então, vamos lá: a Coca-Cola deveria mudar de nome, para Caca-Cola, ou Cocô-Cola, ou Cucu-Cola; a Nike emprega criancinhas escravas em suas fábricas na China (ops, falar a verdade não dá processo); os sanduíches do Mac Donald's são feitos com carne de minhoca (minhoca tem carne?).

Nada dessa merda vai dar processo, disse-me o Esfeluntis. E se eu tentasse fazer com que o Ministério Público considerasse o meu blógui nocivo? Sim, eu acho que as merendas escolares deveriam ser substituídas por Big Mac e Coca-Cola; o danoninho vale sim por um bifinho e vamos todos para o mundo de Marlboro porque lá é muito mais legal.

Viu? Está respondido? Várias pessoas me perguntam: quer dizer que você escreve? É claro que eu escrevo. Esta merda daqui. Quando o sujeito faz a lista do supermercado, ele escreve; quando o assessor do Tiririca inscreve o Tiririca para se candidatar a deputado, ele escreve (agora sim serei processado, oba!)

Ser alfabetizado, para uns, não deixa de ser um perigo.