Balanço eleitoral
Continuo sem idéias para escrever (esperando um rugido que venha de dentro para fora e que não tenha nada a ver com gases) e, como a maioria dos eleitores brasileiros, também não tenho nada inteligente para dizer.
Por isso, resolvi falar do processo eleitoral. É momento de a esquerda se desesperar e dizer que "a coisa está mais feia do que eu pensava". Não, senhor. A coisa está catastrófica como sempre. Catastrófica para os mesmos fudidos de sempre. Para a elite, permanece o medo da violência e a necessidade de se blindar cada vez mais em uma redoma que a proteja de uma sociedade apodrecida (por ela mesma).
Poderia até ser engraçado. Mas não é. E a ambição da humanidade, que a está levando ao suicídio, reflete-se claramente em qualquer processo eleitoral. É só perguntar ao eleitor por que ele vota em fulano ou sicrano. Se a resposta for sincera, ouviremos: porque ele prometeu melhorar o posto de saúde que fica aqui perto; porque ele prometeu construir uma escola aqui no bairro; porque ele asfaltou tudo aqui em volta. Ou, as respostas negativas: "Eu não voto nele porque ele não asfaltou a minha rua quando foi prefeito". E assim vai.
Ninguém pensa no que será melhor para o coletivo. É claro, porque, para o coletivo, seria melhor que esses políticos que administram a máquina pública como se a eles pertencesse não chegassem nem perto do poder.
Portanto, tudo leva a crer que continuaremos na merda. Pelo menos a maioria de nós. Enquanto uma minoria vai continuar se blindando e tentando viver dentro de uma ilha da fantasia. Enquanto isso, eu vou escutando esse discurso de que o Brasil melhorou, que as coisas eram muito piores, que ainda acontesse muita merda, mas o ACM Neto não foi para o segundo turno em Salvador. Tenho certeza que esse fedelho ainda vai ser governador da Bahia várias vezes. E senador. E o caralho a quatro.
Se as coisas melhoraram, eu penso que poderiam ter melhorado num ritmo muuuuuuuuuuuito maior, e que, nesse ritmo, a humanidade acaba antes de o Brasil ter um sistema de ensino decente para todos. Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito antes.
Enfim, o ideal seria que o ser humano não fosse tão demasiadamente humano. E isso, ao que parece, não tem muito jeito.
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