Olga
Nem só de rancores e mágoas vive o escrevinhadeiro. Ele também gosta de fazer samba e amor até mais tarde. Depois fica com muito sono de manhã e com mais sono ainda depois do almoço. Ainda mais com esse maldito horário de verão. Não gosto de horário de verão e pronto. Mas acabemos com queixas e lamúrias, porque eu já havia dito que nem só de rancores e mágoas vive o escrevinhadeiro, oras.
Coisas boas acontecem o tempo todo. Sim, flores brotam no deserto, políticos ficam afônicos e, às vezes, a Rita volta com nosso sorriso debaixo do braço. Às vezes, também, nasce uma esperança de que as coisas serão melhores em forma de pessoinha. Podem me chamar de piegas, mas eu não posso evitar. Quando não solto mágoas pelas ventas, fico muito sentimental. Meu sentimentalismo, no entanto - chega de enrolar, cazzo, você já está no segundo parágrafo - tem uma boa razão de ser. Nasceu a Olga, filha da minha grande amiga Camila. Bem-vinda, menina. Não desanime com o quadro que alguns escrevinhadeiros rabugentos pintam por aí. Eles não sabem de nada. Ninguém sabe.
Quem sabe o que vai ser? Eu só sei que vale a pena ser, que me desculpem meu poetivismo desajeitado. Seja, menina Olga. De uma coisa eu sei: você tem uma mãe que te permitirá isso. Bom, o pai eu não conheço, mas confio na Camila. Então está tudo certo. Cresça no seu ritmo e seja.
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