segunda-feira, junho 11, 2007

Maracutaia no STJ

Vale a pena ler a mensagem abaixo, que a Vivi recebeu de um advogado da União:
"VERDADEIRA VERGONHA NACIONAL - A CARA DA JUSTIÇA BRASILEIRA. MARACUTAIA BENEFICIA FILHA DE MINISTRO DO STJ Gloria Maria Lopes Guimarães de Pádua Ribeiro Portella, filha do ministro do STJ Antonio de Pádua Ribeiro, aquela que entrou com queixa de assédio sexual contra o ministro do STJ Paulo Medina, acaba de conseguir uma decisão na justiça federal que é uma imoralidade e um desrespeito sem tamanho ao direito de candidatos a concursos públicos.O processo é a ação ordinária Nº 1998.34.00.001170-0 classe 1300 que está no Tribunal regional federal da 1ª região ( www.trf1.gov.br), autora Gloria M P Ribeiro e Rés a União Federal e Fundação Universidade de Brasília.Gloria Maria fez concurso público pela Cespe-Unb para o cargo de técnico-judiciário, área-fim em 27/05/95 para o STJ onde seu pai é ministro.Foi reprovada na prova objetiva. Entrou com uma ação cautelar e, advinhem, obteve liminar. Fez a prova da segunda fase, a prova discursiva.Foi reprovada novamente. Entrou com nova ação para ver seus pontos aumentados. Adivinhem: ganhou nova liminar e mais: foi "nomeada provisoriamente" e está ganhando esse tempo todo no tribunal do papai (desde 1995!).Detalhe: Havia tirado 13,45 pontos e pediu que esses pontos fossem elevados a 28,22. Parece brincadeira, mas conseguiu. Seus pontos foram elevados num passe de mágica. O caminho das pedras foi arranjar um "professor particular" (isso mesmo!) que corrigiu sua prova, para quem estava tudo mais que certinho, e praticar o tráfico de influência de seu pai ministro, Antônio Pádua Ribeiro.Aí veio o julgamento do mérito do caso. O juiz federal de Brasília (1ª instância), José Pires da Cunha, não caiu nessa e refutou o pedido que considerou ilegal e imoral e ainda condenou Gloria Maria Pádua Ribeiro nas custas e honorários de R$10.000,00 (ainda existem juízes!), mas houve recurso ao tribunal regional federal da 1ª região e, advinhem, os juízes Fagundes de Deus, João Batista e Antonio Ezequiel louvaram a candidata, analisaram timtim sua prova e aprovaram-na com louvor.Debalde a Universidade de Brasília (UNB) peticionou dizendo que a prova foi igual para todos e não seria justo que um professor escolhido pela candidata corrigisse sua prova, a não ser que o mesmo professor corrigisse a prova de todos. É justo? Debalde a UNB argumentou que pela jurisprudência o judiciário não corrige provas de concurso devido a independencia das bancas e porque senão a justiça não faria mais nada a não ser se transformar numa super-banca dos milhares de concurso Todo mundo sabe o que houve nos bastidores. Houve apostas no meio jurídico se a "banca pádua ribeiro" iria conseguir. Veio agora recentemente a sentença do trf 1ª região 5ª turma que é mais um descalabro mostrando necessidade do controle externo. Pádua Ribeiro e sua patota espoliaram o verdadeiro dono da vaga que disputou em igualdade de condições e passou.Passou e foi preterido! Gloria Maria de Pádua Ribeiro ganhou no tapetão sujo do tráfico de influência. De 13 pontos passar a 28 quando um décimo veja bem: um décimo, já elimina muitos candidatos! A sentença analisa as preposições, as conjunções, a virgulação, a ortografia da redação, acatando a tese da "banca Pádua-Ribeiro".Nem tudo está perdido. Existe recurso para o STJ e STF e todos esperam que a união federal, a advocacia da união e o ministério público federal não fiquem coniventes. Se Glória Maria Pádua Ribeiro perder a causa perde o cargo e o verdadeiro dono da vaga, pobre mortal sem padrinhos, será chamado.E agora vem a chave de ouro a deixar claro que este País não é sério mesmo. O mesmo Pádua Ribeiro, ministro do STJ, pai da falcatrua acima relatada e de muitas outras praticadas por sua mulher, a famosa "Glorinha", está prestes a assumir o cargo de Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (o chamado controle externo), conforme noticiado nos jornais.Estranho??? ........"O pais não é sério.""
Infelizmente, esta não é mais uma piada ou besteira do escrevinhadeiro. O negócio é sério mesmo. O que fica difícil é acreditar na seriedade da Justiça brasileira. O que fica difícil é evitar que se diga que nós vivemos num país de merda. Ainda na esperança que não passasse de uma piada de mau gosto, ou de uma daquelas difamações falsamente consternadas que circulam pela Internet com absurdos - como aquela que dizia que "o Lula quer confiscar a poupança dos brasileiros, é por isso que agora ele conseguiu o apoio do Collor, espalhe este e-mail para o máximo de pessoas..." - eu chequei o número do processo que está na mensagem e fiz a pesquisa no site do TRF, 1ª Região, que também está na mensagem. Está lá, pra quem quiser ler. A porra do processo existe, está lá: Autor: Glória Maria Lopes Guimarães de Pádua Ribeiro; réu: União Federal; co-réu: Fundação Universidade de Brasília.
Antônio de Pádua Ribeiro, casado com Ívis Glória Guimarães de Pádua Ribeiro, pai de Maria Antonieta, Glória Maria (a dita cuja), Andréa e Clodoaldo, ministro do Superior Tribunal de Justiça, é, atualmente, Primeiro Corregedor Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça. Sim, o CNJ, o tal conselho que foi criado para funcionar como órgão controlador do Judiciário. Essas informações foram retiradas do site do STJ.
Sobre a acusação de assédio sexual, feita pela mesma Glória, ao Ministro Paulo Medina, que teve o nome envolvido pela Polícia Federal naquela Operação Hurricane, dêem uma olhada nesta matéria: "Sob suspeita" , que foi publicada no site do Conjur, matéria que eu coloquei aqui como mais uma prova de que a mensagem é séria e de que não se trata de uma dessas difamações que eu citei.
Pois é, o circo está completo. A menininha, filha do Ministro do STJ, é "aprovada" em concurso público numa canetada extraordinária, coisa que eu imaginava que acontecesse nos tempos do Império. Mas não. Aconteceu em 1995 e ainda está acontecendo. Há doze anos, a filhinha de um Ministro do STJ recebe o salário no lugar de uma pessoa que lutou pra ser aprovada em concurso. Ela roubou uma vaga na cara dura, com a ajuda do papai, e essa merda não se desfez (e tenho minhas dúvidas se vai ser desfeita). Se o Ministro Medina a confundiu com "as vagabundas das Minas Gerais" eu não sei, mas que essa corja devia estar muito longe de um lugar como o STJ, disso eu não tenho a menor dúvida.
Desculpem a minha indignação. Eu ainda tenho essa capacidade, mesmo vivendo no país dos escândalos, dos fisiologismos, dos cabides de emprego, do coleguismo, do corporativismo, de sei lá mais quantos ismos existem por aí. Estou tão indignado que não sei mais nem o que estou escrevendo. Melhor parar por aqui.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E' incrivel como somos 190 milhoes de bobos da corte e vamos acreditar no "Tribunal da Cidadania", aonde ministros utilizam carros oficiais para resolverem problemas particulares e aonde pessoas que falam A VERDADE sao condenadas. Mas tudo bem, isso e' o Brasil, nos somos os idiotas,digo, o povo! VIVA A DEMOCRACIA

8:49 PM  

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