Risca-de-giz
Vamos nós, diretamente do blógui-fantasma mais charmoso de toda a teia mundial de computadores. Reconheço que essa minha segunda fase de blogueiro está mais nonsense do que nunca. Tá um esquema meio associação livre. Aliás, tem uma associação livre muito boa no livro "Púcaro búlgaro", do Campos de Carvalho, quando o sujeito vai ao psicanalista e o psicanalista pede pra ele dizer qualquer palavra que lhe venha à cabeça.
Hoje, no meio da madrugada, eu acordei com uma idéia genial para um texto que revolucionaria o mundo dos blóguis, mas eu caí no engano de achar que, ao acordar, a idéia estaria à espera. Não me esperou, a féla da puta. Portanto, ficarei devendo. Põe na conta, Esfeluntis!
Estou com um problema meio sério pra resolver. Amanhã tenho um casamento e meu único terno, um risca-de-giz já meio puído, está sujo. Sou contra alugar ternos. É muito fim de feira pra minha cabeça. Tudo bem, eu não conheço a noiva mesmo. Nem o noivo. Que ninguém pense que eu sou um desses filadores de bem-casados. Não é nada disso. É que o casamento é da filha de uma amiga da minha sogra, se eu bem entendi. Entaõ não tá tudo bem? Não tá nada bem. Mas dá-se um jeito. O jeito é comparecer com aquela mancha de patê no bolso do paletó. Esse risca-de-giz é mesmo um guerreiro. Na última encarnação, estou certo que pertenceu a um mafioso de primeira categoria, daqueles que matavam e limpavam o sangue escorrido na cara com um lenço de seda.
Falando em filadores de bem-casados, salgadinhos, bóias, biritas etc, esses caras que freqüentam leilão e não têm dinheiro nem pra comprar uma caneta Bic sem carga, exitem uns mesmo que são profissionais. Eles dão uma sapeada no jornal, escolhem o cardápio e mandam ver. "Hoje eu vou jantar uns canapés no lançamento do livro do Jô Soares". E amanhã eu vou com o meu bom e velho risca-de-giz, tomar cuidado pra não esquecer nenhum docinho nos bolsos.
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