quarta-feira, novembro 22, 2006

Estratégia de Marketing

Mendigo em porta de igreja sempre existiu. Foi só levantarem o primeiro templo religioso para aparecer alguém por ali com um chapéu, ou algo que o valha, a pedir uma esmola. É, portanto, uma estratégia de marketing consagrada dos desvalidos. Eles esperam que pessoas que pretendem purificar a alma em solo sagrado serão mais benevolentes na hora de ajudar o próximo.

Variações dessa estratégia existem às pencas. Por exemplo: crianças que rondam as barracas de pastel nas feiras e pedem: tio, me paga um pastel?, justo naquele momento em que você está preparando uma bela dentada. Mais por constrangimento do que por piedade, muitas pessoas cedem e pagam à criança um pastel e uma coca, tudo pra se livrar depressa daquele incômodo que azedou o pastel instantaneamente.

Ultimamente, nas minhas andanças pelo Centro, eu comecei a notar uma variação diferente da estratégia dos mendigos à porta das igrejas: prostitutas à porta de caixas eletrônicos. Não sei se essa é nova ou velha, mas eu nunca tinha visto. Um dia eu passei em frente à agência do Banco do Brasil da Sé e vi uma mulher em trajes menores bem em frente ao luminoso amarelo. Como já era à noitinha, ela ainda aproveitou aquela iluminação para se destacar no ambiente. A cena se repetia todos os dias e, com o horário de verão, elas estão se amontoando ali em plena luz do dia, com luminoso apagado e tudo.

Eu fiquei imaginando a abordagem daquelas prostitutas aos transeuntes: "Oi, gato. Você tem conta no Banco do Brasil?" Para aqueles que entram no banco, elas devem dizer: "Conversamos na volta?". Finalmente, àqueles que saem da agência: "Que tal fazer um bom uso desse dinheiro?"

É, aqueles que trabalham com marketing sabem que, quanto maior a concorrência, mais agressiva, criativa e diferenciada deve ser a estratégia de venda. Eu não tenho dúvida que, quanto a pedintes e prostitutas, a concorrência aumenta a cada dia.