quinta-feira, novembro 16, 2006

Batalha Social

Não adianta me aquartelar. Eu continuarei trabalhando em operação-padrão. Já que não tem outro jeito, sou a favor do capitalismo-preguiça. Ou seja, trabalhar pouco e ganhar pouco. Essa é a minha meta. Trabalhar pouco e ganhar muito é safadeza, assim como trabalhar muito e ganhar pouco é sacanagem. Eu sei, bilhões de pessoas no mundo são vítimas dessa sacanagem. Há, também, aqueles que sempre acham que estão ganhando pouco e vivem a lamentar: com quinze mil não dá pra fazer nada! Essas pessoas são safadas. Pode dizer o que quiser, mas são safadas.

Vítimas do poder do consumo? É mesmo. Pobre elite. A tentação de trocar de celular, de carro, de guarda-roupa, de computador, de torradeira, de prostitutas e de sei lá mais o quê é muito grande. O sujeito tem um computador que só falta voar e não usa pra nada além de punhetar na Internet e mandar e-mails, mas necessita urgentemente de um computador ainda melhor, que faça com que ele consiga gozar ainda mais rápido.

A outra coitadinha tem um Golf 2006 GTi 2.0 com banco de couro e pensa: meu deus, nós já estamos quase em 2007. Realmente, é hora de trocar de carro. E assim vai. Pobre elite, vítima do bombardeio de propagandas. Tenham pena de nós.

Um elitista já me disse uma vez: o dinheiro é meu, eu faço dele o que eu bem quiser. Certo, mas depois não me venha chorar e exigir pena de morte ao bandido que enfiar um cano na boca da sua namoradinha, patricinha, futilzinha.

É foda, meus amigos, mas nós estamos no meio de uma guerra social. E não adianta dizer: eu não quero me meter. Não tem essa, porque estamos todos dentro desse caldeirão, ainda que alguns pensem que basta morar dentro de um condomínio de segurança máxima pra ficar em segurança. Sinto dizer, mas não existem fortalezas invioláveis. E não existe vida dentro de uma caixa-forte, nem que você se speedifique ao máximo.

Ainda dá tempo, companheiros elitistas. Dá tempo pra frearmos o nosso consumismo desembestado. Dá tempo de pensar num capitalismo menos selvagem.