Pérolas da Mostra
Pois é, eu sei que esse blog anda mais frio que as geleiras da Antártida, para onde meu irmão Lino está indo em companhia do Amyr Klink e de uns senhores ricos que curtem um turismo exótico. Ele mandou um e-mail do navio hoje, dizendo que conheceu um tipo de pingüim denominado Macaroni (é isso?), porque, se eu bem entendi, o bicho tem umas sobrancelhas de espaguete. Daqui uns dois dias ele chega na porta de entrada do continente gelado, e promete mandar mais notícias. E não é que lá está Sol enquanto aqui em Sampa fica esse tempinho frio e um chove-e-molha que já está dando no saco? O que aconteceu com a boa e velha primavera?
O blog está frio, devo dizer. E não sou de inventar desculpas, porque sempre me orgulhei da minha afiada auto-crítica (por vezes afiada até demais, segundo dizem por aí). Mas é que eu arranjei um trabalhinho aí, e chego cansado, e não me ocorre nada e foda-se. Hoje, no entanto, me ocorre falar sobre duas pérolas que eu e a Vivi assistimos na mostra de cinema.
No ano passado, demos um azar do caralho. Pegamos sessões encavaladas e calhava da primeira atrasar e a segunda não (obviamente), fazendo com que perdêssemos o começo de um filme; encaramos uma roubada chamada "Caché", que os críticos diziam ser uma maravilha e nós achamos uma bosta tão grande a ponto de roncarmos em uníssono; aconteceu de irmos à Sala Uol e o projetor pifar ("calma que o técnico está chegando", e é óbvio que o técnico não chegou nunca); e, para completar, fomos ver uma série de programas sobre o Ingmar Bergman e aconteceram duas coisas fantásticas: eu briguei com uma louca varrida e a organização esqueceu de levar uma das fitas (acho que era Bergman e o teatro, sei lá). Pra completar, a Vivi teve uma queda de pressão e eu sei lá por que dei a ela Coca-Cola com sal (dizem que é bom).
A melhor coisa que conseguimos ver na mostra do ano passado foi um documentário muito engraçado chamado "Por dentro da garganta profunda", sobre a vida da atriz pornográfica Linda Lovelace, que encenou o maior clássico pornô da história do cinema mundial (pra vocês terem uma idéia, a filha da Linda recusou uma proposta pra estrelar no "Garganta Profunda-17", se não me engano)
Para compensar o desastre do ano passado, desta vez nós conseguimos uma credencial com o meu grande amigo Thiago Iacocca e sua simpatissíssima mãe, a Valquíria, que nos dá o direito de entrar de graça nos filmes, como convidados. E lá fomos ontem à Cinemateca ver um filme belíssimo de Cingapura chamado "Fica comigo". Eu sei, o nome não é atraente, mas a história é maravilhosa, o roteiro é maravilhoso, a montagem é maravilhosa e tem uma cena final que eu não vou esquecer tão cedo. Ou seja, um Puta filme, com "P" maiúsculo mesmo. O foda é que ele só passa de novo amanhã e quarta às 15h30, então, só os desocupados e os chefes (como o Japonês) podem se dar ao luxo de assistir. Se alguém puder, que invente uma dor de barriga pro chefe e vá assistir. Se não gostar, pode me xingar à vontade. Torçam pra que esse filme entre nos mais pedidos do público, ou que ele vá depois pro circuito.
Hoje nós fomos assistir ao documentário sobre o Cartola. Alguém poderia dizer: esse é difícil de estragar. Não, meus senhores. Dependendo do tratamento que se dê à história, é possível estragar qualquer coisa. Mas não é o caso desse documentário. Ao contrário, é uma aula de como se preservar de maneira poética, rica e à altura do homenageado uma importantíssima parte da história musical do nosso País que, muitas vezes, não soube guardar memórias audiovisuais ou escritas. Os caras não precisaram enfiar nenhum ator da Globo e nenhum famosinho pop interpretando as letras maravilhosas desse gênio da música popular brasileira. Conseguiram imagens de arrepiar, como o Cartola cantando e tocando violão ao lado do pai, já velhinho. Ou seja, um Puta documentário também, com o mesmo "P". Lavamos a alma. Por mim, a mostra já valeu a pena. E é óbvio que a Vivi merece todos os créditos, porque foi ela que pesquisou cuidadosamente os filmes.
E, como vocês sabem, não bebo mais, mas as promessas de boteco continuam sagradas pra mim. Prometi ao Ygor no bar sexta-feira pasada que me empenharei em "esquentar" um pouco esse blog novamente. Se não der, esperem até o ano que vem. "Sim, deve haver um perdão para mim/ Ou não sei qual será o meu fim..." Enquanto houver um Cartola, a vida sempre valerá a pena. Pensem nisso antes de se jogarem do alto de um prédio.
O blog está frio, devo dizer. E não sou de inventar desculpas, porque sempre me orgulhei da minha afiada auto-crítica (por vezes afiada até demais, segundo dizem por aí). Mas é que eu arranjei um trabalhinho aí, e chego cansado, e não me ocorre nada e foda-se. Hoje, no entanto, me ocorre falar sobre duas pérolas que eu e a Vivi assistimos na mostra de cinema.
No ano passado, demos um azar do caralho. Pegamos sessões encavaladas e calhava da primeira atrasar e a segunda não (obviamente), fazendo com que perdêssemos o começo de um filme; encaramos uma roubada chamada "Caché", que os críticos diziam ser uma maravilha e nós achamos uma bosta tão grande a ponto de roncarmos em uníssono; aconteceu de irmos à Sala Uol e o projetor pifar ("calma que o técnico está chegando", e é óbvio que o técnico não chegou nunca); e, para completar, fomos ver uma série de programas sobre o Ingmar Bergman e aconteceram duas coisas fantásticas: eu briguei com uma louca varrida e a organização esqueceu de levar uma das fitas (acho que era Bergman e o teatro, sei lá). Pra completar, a Vivi teve uma queda de pressão e eu sei lá por que dei a ela Coca-Cola com sal (dizem que é bom).
A melhor coisa que conseguimos ver na mostra do ano passado foi um documentário muito engraçado chamado "Por dentro da garganta profunda", sobre a vida da atriz pornográfica Linda Lovelace, que encenou o maior clássico pornô da história do cinema mundial (pra vocês terem uma idéia, a filha da Linda recusou uma proposta pra estrelar no "Garganta Profunda-17", se não me engano)
Para compensar o desastre do ano passado, desta vez nós conseguimos uma credencial com o meu grande amigo Thiago Iacocca e sua simpatissíssima mãe, a Valquíria, que nos dá o direito de entrar de graça nos filmes, como convidados. E lá fomos ontem à Cinemateca ver um filme belíssimo de Cingapura chamado "Fica comigo". Eu sei, o nome não é atraente, mas a história é maravilhosa, o roteiro é maravilhoso, a montagem é maravilhosa e tem uma cena final que eu não vou esquecer tão cedo. Ou seja, um Puta filme, com "P" maiúsculo mesmo. O foda é que ele só passa de novo amanhã e quarta às 15h30, então, só os desocupados e os chefes (como o Japonês) podem se dar ao luxo de assistir. Se alguém puder, que invente uma dor de barriga pro chefe e vá assistir. Se não gostar, pode me xingar à vontade. Torçam pra que esse filme entre nos mais pedidos do público, ou que ele vá depois pro circuito.
Hoje nós fomos assistir ao documentário sobre o Cartola. Alguém poderia dizer: esse é difícil de estragar. Não, meus senhores. Dependendo do tratamento que se dê à história, é possível estragar qualquer coisa. Mas não é o caso desse documentário. Ao contrário, é uma aula de como se preservar de maneira poética, rica e à altura do homenageado uma importantíssima parte da história musical do nosso País que, muitas vezes, não soube guardar memórias audiovisuais ou escritas. Os caras não precisaram enfiar nenhum ator da Globo e nenhum famosinho pop interpretando as letras maravilhosas desse gênio da música popular brasileira. Conseguiram imagens de arrepiar, como o Cartola cantando e tocando violão ao lado do pai, já velhinho. Ou seja, um Puta documentário também, com o mesmo "P". Lavamos a alma. Por mim, a mostra já valeu a pena. E é óbvio que a Vivi merece todos os créditos, porque foi ela que pesquisou cuidadosamente os filmes.
E, como vocês sabem, não bebo mais, mas as promessas de boteco continuam sagradas pra mim. Prometi ao Ygor no bar sexta-feira pasada que me empenharei em "esquentar" um pouco esse blog novamente. Se não der, esperem até o ano que vem. "Sim, deve haver um perdão para mim/ Ou não sei qual será o meu fim..." Enquanto houver um Cartola, a vida sempre valerá a pena. Pensem nisso antes de se jogarem do alto de um prédio.
4 Comments:
Cara, Aline e eu também caímos no conto "Caché", o filme do ano na Europa... Muito, muito chato, desistimos nos 30 primeiros minutos.
Abs
Vocês foram espertos. Devíamos ter feito o mesmo. Dormir na cadeira do cinema é muito desconfortável.
Abraços
Toão onde posso saber onde está passando e qual o horario do documentário do Cartola?
bjo
Oi Ti, ainda vai passar no próximo domingo, dia 29, às 17h50 no Unibanco 3; e na segunda, 30, às 13h30 no Cinesesc. Aconselho que você passe no Conjunto Nacional três dias antes pra comprar, porque vai lotar com certeza. Lá tem uma banquinha da mostra.
Beijo.
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