Vaticínio
Inspiração súbita de uma segunda-feira nublada:
- Ratos de laboratório! - grita um mendigo, em frente a um prédio espelhado da avenida Paulista - Brancos, dentuços, peludos, de olhos vermelhos e com os rabos prontos para se prender; dentro de caixas climatizadas e iluminadas com uma luz fria; cercados por engenhocas que, se bem manuseadas, rendem uma recompensa. Ou seria mais apropriado dizer: uma esmola? Caso o desempenho fique abaixo do esperado pelos gráficos, saboreiem o estímulo negativo: a punição e a privação de mãos dadas. Ratos comportados! Bem apessoados, comedores de ração, que circulam por entre cadeiras giratórias abraçadas por ternos. Querem fornicar, mas na caixa existe apenas uma fêmea: uma ratazana gorda, mal-cheirosa, enrugada e deselegante. Deselegante e indiferente ao desespero que aumenta constantemente, em compasso com a lentidão dos ponteiros. Ela sabe, e aguarda. Ela aguarda, impassível, o momento em que os ratos, coléricos, se matarão uns aos outros, engolirão os ternos, vomitarão pelos cantos, destruirão aquelas malditas engenhocas que não servem para merda nenhuma e não funcionam nas horas mais urgentes. Ratos: um dia vocês se masturbarão no esgoto, pensando numa ratazana gorda e mal-cheirosa que rebolará as ancas sobre as suas cabeças.
- Ratos de laboratório! - grita um mendigo, em frente a um prédio espelhado da avenida Paulista - Brancos, dentuços, peludos, de olhos vermelhos e com os rabos prontos para se prender; dentro de caixas climatizadas e iluminadas com uma luz fria; cercados por engenhocas que, se bem manuseadas, rendem uma recompensa. Ou seria mais apropriado dizer: uma esmola? Caso o desempenho fique abaixo do esperado pelos gráficos, saboreiem o estímulo negativo: a punição e a privação de mãos dadas. Ratos comportados! Bem apessoados, comedores de ração, que circulam por entre cadeiras giratórias abraçadas por ternos. Querem fornicar, mas na caixa existe apenas uma fêmea: uma ratazana gorda, mal-cheirosa, enrugada e deselegante. Deselegante e indiferente ao desespero que aumenta constantemente, em compasso com a lentidão dos ponteiros. Ela sabe, e aguarda. Ela aguarda, impassível, o momento em que os ratos, coléricos, se matarão uns aos outros, engolirão os ternos, vomitarão pelos cantos, destruirão aquelas malditas engenhocas que não servem para merda nenhuma e não funcionam nas horas mais urgentes. Ratos: um dia vocês se masturbarão no esgoto, pensando numa ratazana gorda e mal-cheirosa que rebolará as ancas sobre as suas cabeças.
8 Comments:
Baixou o Arnaldo Antunes aí ?
Aqui não baixou não. Parece que ele mora na Vila Madalena.
Essa crônica é bem propícia ao que conversamos.Muito boa, foi a que mais gostei das que li aqui, junto com a do metrô Clinicas.
Pudera, conversamos a fundo sobre o assunto. Vamos ver o que o Butantã acha. Abs irmão.
Aproveitando, seu profile está excelente. Faltou dizer que fez colegial no largo de Pinheiros, frequentemente assistindo aulas na sala anexa, o bar do bigode.
Valeu, Fábio. Aquela conversa sobre o mundo corporativo deu mesmo o que pensar. Pode deixar que eu vou completar o meu perfil.
Abraço.
TÔ!
Fabão!
Meus amigos TÔ e Fabão!
Gostei do Vaticínio!
Porém uma coisa me incomoda!?
Será que um dia vamos todos, (velhos, sujos, rabugentos e com uma barriga escrota pelancuda) nos masturbar pensando numa velha gorda e mal-cheirosa que rebolará as nádegas também pelancudas sobre nossas cabeças lisas?
Putz! Tenho medo! Isso me faz esquecer um pouco o futuro!
Carpe Dien!
Abraço, Butantã
É, às vezes o futuro pode ser assustador.
Abraços
Putz, claro que não.
Quando chegarmos ao estágio da barriga encobrir o dito cujo, estaremos pensando nas ninfetas e nas meninas de vinte e poucos. Não dá para envelhecer tendo tara em velha bazucada, não mé mesmo ?
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