Promessa de bêbado
A melhor cena de porre coletivo que eu já vi no cinema é a do velório do protagonista do filme Viver, do Kurozawa.
Na cena, são todos funcionários de uma repartição pública que não serve pra nada além de empurrar reclamações de um setor a outro, até que tudo seja invariavelmente arquivado. Eles estão ali, bebendo e tentando entender a mudança de atitude do falecido colega que, depois de 30 anos imbricado naquele sistema resolve batalhar para atender a pelo menos um anseio da comunidade.
A troca de idéias entre os colegas, somada a inúmeras doses de saquê, começa a formar uma reflexão coletiva sobre a verdadeira função daquela teia burocrática, formada para as necessidades das pessoas acabem empilhados sobre a mesa de um chefe de seção. Já completamente embriagados, eles começam a se questionar: isso é vida? Nós servimos para alguma coisa? E resolvem, finalmente, que a morte do colega que se rebelou contra o sistema e não descansou enquanto uma fossa a céu aberto não se transformasse num parque, não seria em vão.
Os sujeitos, completamente de porre, resolvem trabalhar feito "renascidos" para que a repartição antenda verdadeiramente aos apelos da comunidade, para que aquela malha complicada, projetada para não funcionar, comece a funcionar de fato. É uma pena que promessa de bêbado, normalmente, vale tanto quanto promessa de político em época de eleição.
O filme já valeria por essa cena, mas o fato é que é uma obra-prima, e tem uma das cenas mais bonitas que eu já vi em qualquer filme, que é a do velho funcionário no balanço. A atuação do sujeito também é algo pra lá de impressionante.
Na cena, são todos funcionários de uma repartição pública que não serve pra nada além de empurrar reclamações de um setor a outro, até que tudo seja invariavelmente arquivado. Eles estão ali, bebendo e tentando entender a mudança de atitude do falecido colega que, depois de 30 anos imbricado naquele sistema resolve batalhar para atender a pelo menos um anseio da comunidade.
A troca de idéias entre os colegas, somada a inúmeras doses de saquê, começa a formar uma reflexão coletiva sobre a verdadeira função daquela teia burocrática, formada para as necessidades das pessoas acabem empilhados sobre a mesa de um chefe de seção. Já completamente embriagados, eles começam a se questionar: isso é vida? Nós servimos para alguma coisa? E resolvem, finalmente, que a morte do colega que se rebelou contra o sistema e não descansou enquanto uma fossa a céu aberto não se transformasse num parque, não seria em vão.
Os sujeitos, completamente de porre, resolvem trabalhar feito "renascidos" para que a repartição antenda verdadeiramente aos apelos da comunidade, para que aquela malha complicada, projetada para não funcionar, comece a funcionar de fato. É uma pena que promessa de bêbado, normalmente, vale tanto quanto promessa de político em época de eleição.
O filme já valeria por essa cena, mas o fato é que é uma obra-prima, e tem uma das cenas mais bonitas que eu já vi em qualquer filme, que é a do velho funcionário no balanço. A atuação do sujeito também é algo pra lá de impressionante.
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