Meu primeiro "erramos" (fora os milhares de erros de português)
Contabilidade do primeiro dia: meu blog é um sucesso estrondoso, para não dizer estrepitoso. Doze pessoas já visitaram o meu perfil (valeu galera) e eu já recebi a primeira crítica construtiva. Foi da minha mulé. Ela leu o que eu escrevi sobre o livro Furta-cor, do Thiago Iacocca, e disparou: você não falou sobre o livro! Só falou que é bom pra caralho e tal. Não pode.
Não pode, muito menos para um jornalista. O jornalista tem sempre que dar opiniões sábias e construtivas, mesmo quando ele não sabe o significado da palavra furta-cor, como pareceu ser o caso do radialista da Jovem Pan. Porque ele disse algo como ficar tudo preto e branco, e nós supusemos que ele entendeu que furta-cor vem de furtar a cor.
Eu não tenho nada sábio e construtivo para dizer, além de que furta-cor não significa furtar a cor e, sim, que é algo que muda de cor de acordo com a luminosidade, ou o ângulo em que você olha. A paisagem furta-cor, como diz uma letra do Chico Buarque, seria aquela com uma cor que não é chapada, que muda dependendo do horário em que você contempla.
O livro do Thiago é como uma paisagem que reflete uma classe média-alta urbanizada, perdida e sem sonhos. Apresenta uma narrativa ao mesmo tempo veloz e difusa, com a qual o leitor deve tomar cuidado para não atropelar tudo e enxergar só uma cor chapada. É um livro que merece ser lido com cuidado, que permite um olhar vacilante, indeciso. Se lido com cuidado, causa um nó. Porque nós vivemos no meio de um tremendo nó social que, muitas vezes, nós da elite fechamos os olhos para não enxergar.
O Thiago que me desculpe se eu falei besteira, mas ninguém mandou publicar o livro. Agora a história pertence ao público.
Não pode, muito menos para um jornalista. O jornalista tem sempre que dar opiniões sábias e construtivas, mesmo quando ele não sabe o significado da palavra furta-cor, como pareceu ser o caso do radialista da Jovem Pan. Porque ele disse algo como ficar tudo preto e branco, e nós supusemos que ele entendeu que furta-cor vem de furtar a cor.
Eu não tenho nada sábio e construtivo para dizer, além de que furta-cor não significa furtar a cor e, sim, que é algo que muda de cor de acordo com a luminosidade, ou o ângulo em que você olha. A paisagem furta-cor, como diz uma letra do Chico Buarque, seria aquela com uma cor que não é chapada, que muda dependendo do horário em que você contempla.
O livro do Thiago é como uma paisagem que reflete uma classe média-alta urbanizada, perdida e sem sonhos. Apresenta uma narrativa ao mesmo tempo veloz e difusa, com a qual o leitor deve tomar cuidado para não atropelar tudo e enxergar só uma cor chapada. É um livro que merece ser lido com cuidado, que permite um olhar vacilante, indeciso. Se lido com cuidado, causa um nó. Porque nós vivemos no meio de um tremendo nó social que, muitas vezes, nós da elite fechamos os olhos para não enxergar.
O Thiago que me desculpe se eu falei besteira, mas ninguém mandou publicar o livro. Agora a história pertence ao público.
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